SAINDO PELOS FUNDOS

Renan e ministro fogem de protesto contra reformas em aeroporto

Ao lado de Quintella, senador evitou sindicalistas em Maceió

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Não bastasse ter usado a prerrogativa de idoso para antecipar seu embarque, em Brasília-DF, evitando a proximidade com passageiros e eleitores rumo a Maceió-AL, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) se uniu, na tarde dessa quinta-feira (20), ao ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR), para fugir de um protesto promovido, no desembarque do Aeroporto Zumbi dos Palmares, por um grupo sindicalistas contrários às reformas previdenciária e trabalhista propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB).

Na capital alagoana, Renan e Quintella evitaram utilizar a mesma plataforma suspensa pela qual desembarcavam os demais passageiros e escaparam por uma porta lateral para fora do chamado finger, descendo para a pista interna do aeroporto, onde esperaram “resgate”, após serem alertados sobre a manifestação que cobrou de parlamentares alagoanos presentes no mesmo voo um posicionamento contrário às reformas.

Sindicalistas esperavam parlamentares no desembarque (Foto: Sinteal)

O encontro casual ocorreu no momento em que Renan e Quintella vivem um embate silencioso, causado pela indicação do ex-senador Luiz Otávio Campos para comandar a Secretaria de Portos. A tensão existe, porque, mesmo legalmente subordinado ao Ministério dos Transportes, o novo secretário dde Portos foi autorizado pelo Planalto a não se submeter à hierarquia e ignorar o ministro, que o demitiu em janeiro, por deficiências técnicas, antes de Campos ser alvo da Operação Leviatã, decorrente da Lava Jato. 

Quintella aceitou a afronta de Temer, mesmo estando ambos "extremamente incomodados" por ceder à chantagem de Renan para garantir a aprovação das reformas.

Ainda em Brasília, um funcionário do Senado se antecipou a Renan Calheiros, tratando no balcão da Avianca sobre o ilustre passageiro, com prioridade de embarque por já ter 61 anos. O ministro Quintella não fez o mesmo. Mas o líder da bancada alagoana, deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL), usou da prerrogativa de seus 67 anos. Assim como a deputada federal Rosinha da Adefal (PTdoB-AL), que se locomove em cadeira de rodas.

CORPO A CORPO

Cerca de 20 integrantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação em Alagoas (Sinteal) conduziram a manifestação, utilizando cartazes e um megafone no ato público que planejava o “corpo a corpo” com parlamentares alagoanos que retornavam de Brasília na tarde. Utilizando palavras de ordem como “Se você não lutar, não vai se aposentar” e chamando Temer de presidente ilegítimo, o grupo de dirigentes sindicais abordou os deputados que votarão as propostas em breve.

Junto aos deputados Paulão (PT-AL) e Ronaldo Lessa (PDT-AL) os sindicalistas obtiveram receptividade à reivindicação de votos contrários às reformas. E o Sinteal divulgou que o deputado Nivaldo Albuquerque (PRP-AL) teria dito que votaria “pela própria consciência”, ao ser abordado e deixar rapidamente do local da manifestação.

O Sinteal divulgou ainda que, além de Renan e Quintella, o senador Fernando Collor (PTC-AL) e os deputados federais Arthur Lira (PP-AL), Rosinha da Adefal (PTdoB-AL) “preferiram sair pela ‘porta-dos-fundos’ do aeroporto a encarar o protesto”.??

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