Cadê Amarildo?

Reconstituição do sumiço de Amarildo terá segunda etapa neste domingo

Polícia refaz segunda parte dos "passos" do pedreiro desaparecido

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A Polícia Civil do Rio realizará, na noite deste domingo (8), a segunda etapa da reconstituição do sumiço de Amarildo de Souza. O pedreiro está desaparecido desde a noite de 14 de julho, quando foi conduzido por policiais militares de sua casa, na Rua 2, à sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, na localidade conhecida como Portão Vermelho, na parte alta da favela.

Desta vez, os investigadores da Divisão de Homicídios (DH) vão refazer o trajeto da viatura da PM prefixo 54-6014, que levou Amarildo do Centro e Comando e Controle (onde são monitoradas as imagens das câmeras de segurança da Rocinha) à sede da Unidade de Polícia Pacificadora.

No dia do sumiço, Amarildo e os PMs fizeram o caminho da casa do pedreiro até o Centro de Comando e Controle a pé (já que o trajeto inclui várias vielas, onde carros não passam). A reprodução simulada dessa parte durou 16 horas. Teve início no último domingo (1) e terminou na manhã seguinte.

Além do caminho entre o Centro de Comando de Controle e a sede da UPP, os policiais da DH vão refazer neste domingo (8) todo o trajeto que a viatura fez entre a noite de 14 de julho e do dia seguinte, inclusive fora da Favela da Rocinha. O roteiro completo foi revelado em 14 de agosto pela TV Globo, que teve acesso aos dados do rastreador via satélite instalado no radiocomunicador do carro da polícia. O carro esteve na zona portuária, no centro e em bairros da zona sul da cidade.

Conforme o Grupo Estado noticiou esta semana, entre os locais que os investigadores da DH estiveram na primeira parte da reprodução simulada está a antiga casa do traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico da Rocinha. O imóvel, que fica na localidade conhecida como Cachopa, atualmente é utilizado como uma base da UPP.

Relatório do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDDH) – ao qual o Estado teve acesso – destaca que, no dia 24 de abril, o órgão recebeu denúncias de três moradores da Rocinha dizendo que a antiga casa de Nem era utilizada pelos PMs para “práticas de tortura, como eletrochoques, para conseguir testemunhos de moradores sobre o tráfico de drogas local”. Datado de 29 de agosto, o documento é assinado por Pedro Strozenberg, presidente do CEDDH, e Thais Duarte, da comissão de Segurança Pública do órgão, que é subordinado à secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.

AE

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