Indústria automobilística

Recessão faz consórcios de veículos ganharem espaço

Novas cotas para veículos leves cresceram 9,3% em relação a 2014

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Num cenário de recessão econômica, com crédito caro e escasso, a indústria automobilística vem colecionando indicadores negativos, tanto em produção como em vendas. No entanto, se os financiamentos de veículos se tornaram um compromisso financeiro pesado para o consumidor, as cotas de consórcio vêm cabendo mais no bolso e ganhando atratividade.

De janeiro a novembro do ano passado, o número de participantes de consórcios de veículos leves cresceu 9,3% em relação ao mesmo período de 2014, segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). Já o número de veículos financiados recuou 15,4% na mesma comparação, segundo informações da Cetip, central de depósitos de ativos e títulos.

“O consórcio é um modelo de autofinanciamento em que os interessados formam um grupo por meio de uma administradora, compram uma cota e, para ter direito ao crédito, podem ser contemplados por sorteio ou lance, explica Paulo Rossi, presidente da Abac. “O crescimento do setor foi expressivo no ano passado porque o consumidor está enfrentando muita restrição de crédito, que está caro e escasso”, afirma.

Para entrar em um consórcio, os consumidores devem procurar uma administradora cadastrada pelo Banco Central e se juntar a um grupo com o valor da carta de crédito do veículo que desejam. A vantagem em relação às linhas tradicionais de financiamento, como o CDC, está nas taxas muito mais baixas. O consórcio não cobra juros, mas possui uma taxa de administração e, geralmente, uma taxa de fundo de reserva, destinado a um seguro de garantia de crédito.

“Nos consórcios, a taxa de administração fica em torno de 0,80% ao mês. Já nos financiamentos, as taxas de juros são em média de 2,5 ao mês”, explica Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de Estudos Econômicos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

A desvantagem do consórcio é que é focado no médio e longo prazo. Se o grupo contratado for de 60 meses, o participante precisa esperar ser sorteado – o que pode demorar – ou ser obrigado a dar um lance expressivo, geralmente superior a 40%, para tentar arrematar o veículo antes. “No financiamento, você entra na concessionária e sai dirigindo o automóvel. No consórcio, não tem como saber. Por isso, não é indicado para quem tem pressa”, diz Oliveira. (AE)

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