Petrolão

Raul Srour começa a ser ouvido na CPI da Petrobras

Srour é apontado como integrante do grupo de Alberto Youssef.

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Começou há pouco a sessão da CPI da Petrobras convocada para ouvir os depoimentos de dois diretores de casas de câmbio: Raul Henrique Srour e Fernando Heller.

Eles foram acusados de operações ilegais pela doleira Nelma Kodama, ligada ao também doleiro Alberto Youssef no esquema de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas relativo a desvios da Petrobras. Os convocados são ligados ao mercado de câmbio – setor que passou a ser alvo das investigações da comissão depois do depoimento de Kodama, em Curitiba, onde está presa condenada a 18 anos de prisão.

Outros dois depoentes convocados para depor hoje, Paulo Pires de Almeida e Marco Ernst Matalon, não vão comparecer. O advogado de Matalon alegou que ele está doente, e o de Almeida alegou que ele está em local distante, de difícil acesso. Os depoimentos serão remarcados. Raul Srour vai comparecer munido de um habeas corpus que dá a ele direito de não responder as perguntas.

Envio de dinheiro para o exterior
Os deputados querem entender o funcionamento do esquema de envio de dinheiro para o exterior utilizado pelos doleiros do grupo de Alberto Youssef.

Kodama, que é ligada a Youssef, comandava um grupo responsável por abrir empresas de fachada e enviar dinheiro para o exterior por meio de operações fictícias de importação. Um operador ligado a Kodama, Lucas Pacce, confirmou à CPI a existência de brechas legais e de falhas na fiscalização da atividade dos doleiros.

Raul Henrique Srour, dono da corretora Districash, é apontado pela Operação Lava Jato como integrante do grupo de Alberto Youssef.

Fernando Heller é diretor da corretora TOV, acusada de irregularidades por Nelma Kodama. Heller foi convocado para depor no último dia 11, mas a advogada dele, Carla Domenico, pediu o adiamento sob a alegação de que não poderia comparecer para assessorá-lo.

Nelma Kodama  acusou a corretora TOV de fazer fechamentos de câmbio de forma ilícita e mencionou os nomes de Heller e de outro diretor, Stefano. A corretora nega irregularidades, mas está sendo investigada pelo Banco Central por suspeitas de operações ilícitas de câmbio.

Kodama acusou a TOV de aceitar fazer fechamento de dólares para uma empresa de importação fictícia, a Mezuma Três Irmãos Alimentos, que sequer tinha autorização para importar produtos (documento chamado Radar).

“Essa empresa é um boteco. Ela não tem Radar, não tem licença pra operar, sequer tem conta no banco. A Mezuma foi aceita na corretora TOV, e operaram mais ou menos uns 3 milhões de dólares ou 2 milhões de dólares que são atribuídos a mim, mas operaram nela dentro da TOV”, disse a doleira à CPI.

Siemens e mensalão
Os outros dois depoentes convocados para hoje não têm relação direta com a Operação Lava Jato e com o pagamento de propina na Petrobras. Paulo Pires de Almeida é ligado a Raul Srour e teve o nome mencionado na investigação de propina da empresa Siemens para agentes públicos de São Paulo. E Marco Matalon é ligado ao corretor Lúcio Funaro, um dos delatores do Mensalão. A CPI se reúne no plenário 11. (Agência Câmara)

 

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