Primeira fase

Questão da Fuvest aborda causas da crise hídrica em São Paulo

Candidato podia atribuir crise à má gestão política, ambiental ou econômica

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São Paulo – Uma das questões da primeira fase da prova da Fuvest 2015, realizada neste domingo, abordou as causas da crise da água no Sistema Cantareira, conjunto de reservatórios responsável pelo abastecimento de cerca de nove milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo. Entre as alternativas, o candidato poderia responder se a crise de deve à má administração política, problemas ambientais ou econômicos.

“A questão era na prova de Geografia. A pergunta comparava com a pior seca já vivida, além da atual, e quais seriam as causas da atual”, conta a candidata Natalia Rodrigues, de 26 anos, que fez o teste no prédio da Engenharia Civil da Escola Politécnica, no câmpus Butantã, zona oeste da capital. Ela prestou a Fuvest para cursar Psicologia na Universidade de São Paulo (USP), embora já faça essa graduação em uma faculdade particular.

“Eu escolhi a alternativa que falava que o problema era político, por causa do mau planejamento, já que a época de seca era esperada, e de condições climáticas”, contou Bruno Paulino Testa, de 19 anos, que também fez a prova na USP e pretende cursar Engenharia Mecânica.

“Acho que a alternativa correta era a que dizia ‘ecológico e político’ porque não chove e não há atitude governamental para economizar as reservas”, opinou a estudante Marcela Ventoso, de 16 anos, que fez a prova na Uninove Barra Funda, também na zona oeste de São Paulo.

A questão também chamou a atenção de Karolyn Reis, de 17 anos, que fez a prova na Unip Paraíso, zona sul da cidade. “Eu coloquei que a culpa era da natureza e política, de gestão. Tomara que tenha acertado”, comentou a adolescente, que pretende cursar Direito.

Concorrência deve ser maior

O diretor executivo da Fuvest, Antonio Evaldo Comune, espera que a concorrência para os cursos da Fuvest aumente neste ano, como consequência da redução do número de inscritos. “Quem optou por não fazer a prova neste ano são aqueles que estão menos preparados para a disputa”, afirma. Para ele, entre os candidatos que deixaram de se inscrever estão os que não se empenharam nos estudos e quem não se motivou porque faria a prova como teste para vestibulares futuros.

Comune explica que o total de ausentes na última edição do vestibular – ano de recorde de inscrições – foi “fora do padrão histórico”. “O índice de ausentes neste ano deve ser menor do que no ano passado exatamente porque quem não estava preparado não se inscreveu. Quem se inscreveu foi quem realmente queria fazer a prova”. A abstenção neste vestibular, segundo a Fuvest, foi de 10,2%, ante 11,5% na edição anterior.

O diretor executivo explicou que as mudanças na forma de correção da redação neste ano não vão influenciar a nota ou o desempenho dos candidatos. “A pontuação de cada um dos quesitos da redação ia de 1 a 4. Agora, é de 1 a 5. É uma medição consolidada, adotada em outras provas, como o Enem e outros vestibulares. É uma mudança no caminho da transparência, uma vez que o aluno terá acesso a esses quesitos.” (Agência Estado)

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