HERANÇA ELEITORAL

Procurador-geral, ex-secretário de Renan Filho, vai investigar prefeito

Rui Palmeira é acusado de prejuízo de R$ 2,2 mi em nomeações

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O procurador-geral de Justiça de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, determinou a abertura de um procedimento investigativo criminal para apurar supostas contratações irregulares de 56 servidores comissionados no primeiro mandato do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB). A portaria foi publicada nessa sexta-feira (17), na página 95 do Diário Oficial do Estado, reservada ao Ministério Público Estadual (MP/AL).

A instauração da investigação contra o prefeito tucano foi assinada no dia seguinte à revelação de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de inquérito contra o governador Renan Filho (PMDB), assim como o pai e senador Renan Calheiros (PMDB-AL) motivado por suspeitas de envolvimento com esquemas investigados pela Operação Lava Jato.

Outra coincidência é que Alfredo Gaspar comandou a pasta da Segurança Pública no início do governo de Renan Filho, entre 2015 e o início de 2016. Como determina a lei, só poderia ser dele a decisão de mandar o MP apurar se Rui Palmeira – principal adversário político de seu ex-chefe – cometeu crimes de responsabilidade, em contratações de servidores para cargos inexistentes e além do número fixado como limite legal para preenchimento.

Rui Palmeira, prefeito de Maceió.INAUGURAL

O procedimento investigativo criminal Nº 01/2017 é o primeiro aberto neste ano pelo MP, que é comandado pelo ex-secretário desde janeiro. E é fruto de representação protocolada por Raudrin de Lima Silva, em 5 de outubro de 2016, na primeira semana da campanha do 2º turno da eleição municipal em Maceió, na qual o prefeito Rui Palmeira foi reeleito com 20,5 pontos percentuais de diferença sobre o candidato de Renan Filho, o deputado federal Cícero Almeida, o Ciço (PMDB-AL).

Raudrim é coordenador de um grupo intitulado “Movimento Caras Pintadas” e estima que tenha havido um prejuízo de R$ 2,2 milhões em contratações que considera terem sido irregulares, entre 2013 e 2015.

Conduzirão as investigações os promotores de Justiça integrantes do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), dos Núcleos de Defesa do Patrimônio dos 1º e 2º Centros de Apoio Operacional e 15ª Promotora de Justiça da Capital – Fazenda Pública Municipal.

A assessoria de Rui Palmeira disse que a Prefeitura de Maceió está à disposição do MP para qualquer informação sobre o tema.

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