Prisão domiciliar de Genoino não tem vigilância

O detento José Genoino ganhou prisão domiciliar, mas não está sob vigilância de qualquer policial ou agente penitenciário do Distrito Federal, segundo revelou nesta segunda-feira (25) o subsecretário do Sistema Penitenciário, Cláudio Magalhães. Nem mesmo o fato de Genoino fazer parte de uma quadrilha que tem um integrante fugitivo, Henrique Pizzolato, fez a Justiça designar qualquer vigilância para o preso.

Ele informou que após receber o alvará da Vara de Execuções Penais, Genoino foi liberado para sair do Instituto de Cardiologia, onde esteve internado, direto para a casa de uma filha, em Brasília. Livre de escolta ou vigilância.

Magalhães disse que a prisão domiciliar de Genoino será fiscalizada por uma gerência do sistema penitenciário, que passará rotineiramente pela residência onde ele se encontra e da qual “só pode sair” para ir ao hospital fazer exames. Segundo as regras impostas pela Justiça, Genoino não poderá conceder entrevistas nem se ausentar do domicílio sem prévia autorização. Mas nada o impedirá de fugir, caso tome essa decisão.

A prisão domiciliar foi obtida após intensa pressão dos advogados, que orquestraram a divulgação de informações, inclusive mentirosas, sobre o estado de saúde de Genoino, em uma chantagem emocional para que ele fosse dispensado co cumprimento de sua pena.

No primeiro fim de semana de prisão do meliante, um dos seus advogados chegou a afirmar que seu cliente passara mal, e por isso um médico o socorreu na Papuda. Na verdade, o diretor do presídio não permitiu que ele ingerisse os remédios que levou para a cadeia sem que, antes, um médico o atestasse. Foi isso que levou um médico à Papuda, naquele domingo.

Após sua internação no Instituto de Cardiologia, os exames mostraram que Genoino tem apenas “picos de pressão”, controláveis com medicamentos. Pacientes com picos de pressão alta sobrevivem durante décadas, normalmente, com remédio adequado.