Pressionado, Temer assina projeto que dá reajuste à PF
Os delegados ameaçam paralisação e greve em todo o país
O presidente em exercício, Michel Temer, assinou ontem à noite (28) o projeto que dá reajuste salarial à Polícia Federal. O texto contempla os delegados, policiais, peritos, escrivães e papiloscopistas. Agora, a proposta que já está no Congresso Nacional tem o aval do governo.
Para pressionar Temer, a categoria ameaçava convocar uma greve geral a partir da semana que vem caso o Planalto não enviasse ao Congresso a proposta de aumento. Segundo os delegados, o projeto recompõe as perdas salariais diante da inflação do período de janeiro de 2012 a abril de 2016. O acordo fora firmado em maio, mas até agora o governo não havia dado encaminhamento. Nesse meio tempo, outros servidores tiveram reajuste.
Na quarta-feira (27), os delegados enviaram um ofício avisando os ministros da Justiça, Alexandre de Moraes, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, sobre indicativo de greve, conforme antecipou o Diário do Poder. No documento, assinado pelo presidentre da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), os delegados informaram que iriam realizar atos públicos até que o governo enviasse ao Congresso Nacional o Projeto de Lei de reajuste para a categoria.
Os delegados comemoraram a ação de Temer, mas ainda não descartaram totalmente as manifestações planejadas. O primeiro ato público está marcado para esta sexta-feira (29), nas unidades da PF em todos os estados. O segundo será em 2 de agosto nos aeroportos de todo o Brasil.
A ADPF diz no documento enviado ao Governo que não está descartada a possibilidade de greve, o que pode prejudicar os Jogos Olímpicos. "Caso não haja avanços por parte do governo sobre o tema acordado, será convocada uma assembleia geral extraordinária para decidir sobre greve, que está programada para 2 de agosto, às 15h", diz o ofício.
Com o reajuste, os servidores terão aumento de 35% a 40%, de acordo com o cargo, até 2019.