Presidente do PPL é acusado de trocar cargos por filiações

Uma denúncia de uso da máquina pública para aparelhamento partidário chegou ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e Tribunal de Contas para as cabíveis apurações. Um cruzamento de dados da Associação dos Auditores Fiscais de Transporte (Assefit) identificou que mais de um terço dos 261 comissionados nomeados pelo Departamento de Fiscalização (DFTrans) também está filiado ao PPL, partido presidido pelo diretor Marco Antônio Campanella.

As datas entre a nomeação dos servidores e a filiação ao Pátria Livre chamam a atenção. Em alguns dos 90 casos de filiados, a diferença entre as duas datas é de poucos dias. A maioria dos nomeados veio do Sistema de Bilhetagem Fácil, quando o governo de Agnelo Queiroz assumiu o controle da empresa. Os servidores são operadores de bilhetagem terceirizados, responsáveis por inserir os créditos nos cartões dos usuários.

Na denúncia apresentada ao Ministério Público do Distrito Federal, os auditores acusam o Campanella, de usar o DFTrans, onde é diretor para fortalecer o partido, que tem cerca de 600 filiados no Distrito Federal, segundo dados da página do Tribunal Superior Eleitoral. A denúncia, assinada pela presidente da Assefit, Luciane Mesquita, cobra o enquadramento do diretor na prática de improbidade administrativa.

Em agosto, Campanella foi acusado de se aproveita da estrutura que tem no governo para negociar filiações partidárias e fortalecer o partido. A denúncia era fortalecida por uma foto divulgada pelo próprio diretor em blog pessoal, que mostra uma reunião com líderes partidários na sala que ele ocupa no DFTrans. Junto da imagem publicada em 6 de abril deste ano, Campanella ressalta em texto ?que continua o trabalho de união com importantes lideranças comunitárias do Distrito Federal?.

O Diário do Poder aguarda, desde ontem(2), o retorno do diretor do DFTrans, Marco Antônio Campanella para comentar a denúncia.