Prefeito de Maceió ignora posição do meio-ambiente contra praia privatizada
Ambientalista critica privatização de parte da praia de Guaxuma
A prefeitura de Maceió está estranhamente dedicada a fazer vistas grossas à jogada de duas construtoras, que inventaram um “parque municipal”, batizado de “Parque Salsa”, para forçar o desvio da Via Litorânea e, na prática, tornar parte da praia de Guaxuma privativa de seus empreendimentos imobiliários. Nem que para isso pisoteie os mais elementares princípios da legislação ambiental. O projeto, que provoca indignação entre arquitetos, urbanistas e moradores do litoral norte, foi objeto de reportagem do Diário do Poder, nesta quinta-feira (20).
Além dos absurdos do desvio da Via Litorânea e da privatização de parte da praia, os condomínios Gran Marine e Paradise Beach, com prédios 20 andares, podem provocar sérios problemas ao meio ambiente e aos banhistas.
“Não se pode dificultar ou inibir o acesso à praia, ela é pública", critica Ricardo César, coordenador de gerenciamento costeiro do Instituto do Meio Ambiente (IMA). "O sombreamento da praia, ocasionado por construções de grande porte, também é um problema, pois acaba atrapalhando os banhistas, geralmente as pessoas vão à praia para tomar sol. E além disso, o litoral norte não possui sistema de tratamento de esgoto” .
Mesmo sabendo dos riscos o IMA afirma que permanece à sombra da prefeitura. “Nós, infelizmente, temos que agir de acordo com o que a prefeitura determina”, explicou a assessoria.
A atual gestão na prefeitura de Maceió, chefiada pelo tucano Rui Palmeira, ignorou a posição do Instituto do Meio Ambiente e nem sequer considera a iniciativa de revogar o aumento do gabarito para vinte andares. Ao contrario, parece mais interessado em estimular novos empreendimentos. Entidades não-governamentais que se opõem a isso que consideram um crime contra o meio ambiente e os interesses da população se articulam para lutar contra a oficialização dessa violência.
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