'DIFÍCIL ACREDITAR'

Prefeito critica Temer por não reparar danos das chuvas, em Maceió

Rui Palmeira diz que Temer não mandou um centavo para Maceió

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O prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), cobrou publicamente, nesta sexta-feira (30), o cumprimento da promessa do presidente Michel Temer (PMDB), que esteve em maio, na capital Alagoana, e prometeu verba para socorrer vítimas e recuperar danos. As fortes chuvas que já mataram sete maceioenses, no fim de maio, voltaram a cair em Maceió desde quarta-feira (28) e causaram deslizamento de terra que comprometeu a segurança de tráfego na principal via do bairro do Murilópolis. A avenida foi interditada por recomendação da Defesa Civil Municipal, após o probema ser agravado pelo fato de o Governo Federal ter aprovado a obra emergencial e não liberado a verba.

Com as principais grandes obras emergenciais já aprovadas e orçadas em cerca de R$ 6 milhões, e um total de 27 pontos críticos, o prefeito tucano lembrou da visita de Temer a Alagoas, no dia 28 de maio, quando o presidente prometeu “recuperar logo aqueles danos provocados pela chuva”. Na capital, em 40 dias, choveu mais da metade do volume previsto para todo o ano, segundo o prefeito.

Temer prometeu obras emergenciais em Maceió (Foto: Alan Santos/PR)Rui Palmeira disse que a Prefeitura de Maceió está priorizando os cuidados para que não haja mais vítimas mortas por deslizamentos de encostas, reforçando a cobrança de liberação de recursos solicitados desde 2013, no governo de Dilma Rousseff, para a aplicação da tecnologia de geomantas impermeabilizantes nas áreas de encostas, onde vivem 200 mil famílias em situação de risco.

“A gente podia ter evitado muita coisa, se o Governo Federal tivesse nos liberado essa possibilidade de fazer essas contenções. A gente está solicitando de novo. Mas, realmente fica difícil acreditar em qualquer promessa do governo federal, porque, até agora, é muita promessa. Veio aqui o presidente, vários ministros, mas, até o momento, infelizmente… Temos relação de obras como a da cratera do Murilópolis, aprovada desde o dia 6 de junho a um custo, à época, de setecentos e poucos mil reais e, atá agora, esse dinheiro não chegou e vamos ter que começar com recurso próprio, realmente, com toda a dificuldade que a gente passa hoje, sem recurso financeiro. Se a gente esperar mais, aquela avenida toda pode ser engolida”, relatou o prefeito de Maceió.

'NÃO DÁ PARA ESPERAR'

Prefeito cobra geomantas desde 2013 (Foto: Pei Fon/Secom Maceió)A Prefeitura de Maceió chegou a estudar usar recursos próprios, ou parte dos R$ 2,26 milhões enviados pelo presidente Michel Temer (PMDB) para uso exclusivo para socorro às vítimas das chuvas, como a compra de mantimentos. O secretário de Infraestrutura de Maceió, Ib Breda, já recebeu sinalização positiva por parte do Governo Federal para o uso do recurso para reparar o dano à via pública. E discutiu com a Defesa Civil se poderia mesmo utilizar a verba do Ministério da Integração Nacional, na obra emergencial do Murilópolis.

“Tem coisa que realmente não dá para esperar mais, sobretudo pelas promessas do Governo Federal, que nunca se concretizam. A gente precisa de uma trégua nas chuvas para retomar, por exemplo, o tapa buracos e ações emergenciais como essa da cratera do Murilópilos. Não dá para iniciar, com a quantidade de chuvas que está caindo, porque, inclusive, é um risco para as pessoas que vão trabalhar na obra. Infelizmente, a gente não recebeu nem um centavo do governo federal. Assim que a chuva der trégua, vamos começar no peito e na raça, com recursos próprios”, disse Rui Palmeira.

A erosão avançou sob uma das pistas e o pavimento do acostamento da Avenida Nelson Marinho de Araújo cedeu. E os carros que seguem no sentido Barro Duro desviam pela Avenida Presidente Getúlio Vargas, após intervenção da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT).

Além da avenida no Murilópolis, o prefeito citou como situações críticas a Ladeira de Fernão Velho, que custará R$ 1,27 milhão, e outras obras como as previstas na avenida como a Leste/Oeste.

A Defesa Civil reforça que está de prontidão e, para qualquer ocorrência, o órgão pode ser acionado por meio dos números 3315-1437 e 0800 030 6205.

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