Quem é quem?

Henrique Meirelles

Quem é quem? Eleições presidenciais.

acessibilidade:

Adiante está o  perfil do ex-ministro Henrique Meirelles, mais um dos que já postularam sua intenção de candidatar-se às eleições presidenciais de outubro próximo.

Propõe esta série reunir dados básicos dos pré-candidato(a)s, nas esferas profissional e política, buscando identificar suas prioridades e seus valores.

Para dar “vida” a esses dados, incluímos na parte final manifestações recentes, favoráveis ou contrárias, que sobre o(a) candidato(a) tenham sido publicadas na imprensa, sendo fornecida a indicação da fonte.

Terei o prazer de publicar outras informações pertinentes que queiram fornecer os pré-candidatos e pré-candidatas sobre temas relacionados às suas respectivas pré-candidaturas.

Observação: Conheci o pré-candidato em reunião do Fundo Monetário Internacional no início da década de 1980, ele representando o Bank of Boston, eu como assessor de imprensa do ministro da Fazenda, Ernane Galvêas. Desde então nunca mais ou vi ou com ele conversei.

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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agencia Brasil

PRÉ-CANDIDATO – HENRIQUE MEIRELLES

Nome completo: Henrique de Campos Meirelles.

Idade: 72 anos.

Nasceu em Anápolis, Goiás, em 31 de agosto de 1945.

Cresceu em Goiânia, onde estudou no prestigioso Lyceu de Goiânia (ensino público).

É pré-candidato pelo MDB.

Descende de família com tradicional envolvimento na política goiana. Seu avô materno, Graciano da Costa e Silva – “o Coronel Sanito” – foi por quatro vezes prefeito de Anápolis (nas décadas de 1920 e 1940).  Seu pai, Hegesipo de Campos Meireles, advogado do Banco do Estado de Goiás, foi interventor federal interino em Goiás por duas semanas em 1946  e fundador do curso de Ciências Econômicas da Universidade Católica de Goiás. Um tio, Jonas Ferreira Alves Duarte, foi vice-governador de Goiás (1951-1954). Um de seus primos, Aldo Arantes, foi presidente da União Nacional dos Estudantes (1961-1962) e deputado federal em várias legislaturas. Outro, Haroldo Duarte, foi deputado federal na legislatura 1963-1967.

Profissão: Executivo da área financeira.

Formação: Engenheiro Civil, graduado em 1972 pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Especializou-se em engenharia da produção. Em 1974, concluiu  MBA pelo Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPEAD).

Administração avançada, Universidade de Harvard (Boston, Estados Unidos), curso de um ano (1984).

Filiações partidárias:

PSDB (2001-2002), PMDB (2009-2011), PSD (2011-2018), MDB (2018).

Posições Manifestadas:

“Liberal no sentido clássico, no sentido inglês, de quem defende a liberdade na economia, na política, na democracia.” (posição explicitada em entrevista à Reuters).

Aprovação urgente da Reforma da Previdência.

Melhor política social é a criação de empregos.

Se necessário, ampliar o Bolsa-Família.

Valorização da meritocracia.

Plano de reforço para policiamento das fronteiras.

“Um país com a União e os estados quebrados não enfrenta os problemas nas áreas de segurança e de educação, nem de saúde”, disse em entrevista (6.5.2018) ao Correio Braziliense.

Combate à queda de qualidade no ensino médio.

Manter política de privatizações, inclusive da Eletrobrás.

 Trajetória política e profissional:

Líder estudantil, presidente do grêmio acadêmico do Lyceu de Goiânia, onde realizou os estudos secundários.

1962 – Participou de greve estudantil contra o aumento das passagens de ônibus na capital.

1963 – Eleito presidente da Confederação dos Estudantes Goianos.  Ligado à Juventude Estudantil Católica.

1972 – Formado em engenharia, montou uma fábrica de blocos de concreto.

1974 – Mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar no Bank of Boston.

1975 –1978 –  Diretor-superintendente da Boston Leasing.

1981-1984 – Vice-presidente do Bank of Boston no Brasil.  No mesmo período presidiu a Associação Brasileira das Empresas de Leasing.

1985-1996 – Presidente do Bank of Boston no Brasil.

1989-1996 – Presidiu a Associação Brasileira de Bancos Internacionais.

1989 – Meireles promoveu o único encontro do candidato Luiz Inácio Lula da Silva com representantes das multinacionais.

1994 –  Criou com o então deputado federal Aloísio Mercadante (PT-SP) a Fundação Travessia, para a assistência a meninos de rua. Meireles foi o primeiro presidente da entidade e Ricardo Berzoini, que na época atuava como sindicalista, seu primeiro secretário-executivo.

1996-1999 – Presidente do Bank of Boston.

1997 –  Membro do Comitê de Conselheiros da Iniciativa de Políticas Corporativas e do Conselho Consultivo do Reitor da Faculdade de Administração Pública (Universidade de Harvard).

1999 – Membro do Comitê de Conselheiros fs Faculdade de Administração do Massachusets Institute of Technology (MIT).

2001-2002 – Membro do conselho da Bolsa de Mercadorias e Futuros (São Paulo).

2001 –  Anunciou sua intenção de candidatar-se a cargo eletivo no Brasil. Recebeu convites para ingressar no PMBD e no PFL) e chegou a negociar com o PTB). Filiou-se finalmente ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

2002 – Eleito deputado federal (PSDB/GO), com 183.046 votos (o mais votado). Segundo a Folha de São Paulo (edição 15.12.2002), Meirelles financiou sua campanha com recursos próprios (R$887.000,00)e com doação (somada) de R$ 30 mil das empresas Ultrafértil e Fertilizantes Fosfatados.

2002-2003 – Integrou o Conselho Consultivo do Centro de Assuntos Latino-Americanos da Universidade George Washington (Washington, DC).

2002 – Renunciou ao mandato de deputado federal, para assumir a presidência do Banco Central.

2002 – Desfiliou-se do PSDB

2003-2011 – Presidente do Banco Central (Governo Lula).

2005 – Obteve o status de Ministro de Estado.

2005 –  PGR solicitou ao STF a abertura de inquérito contra Meirelles por suspeita de crime eleitoral, remessa ilegal de dinheiro ao exterior e sonegação fiscal. Em agosto de 2007, o inquérito seria arquivado pelo STF a pedido da própria PGR.

2010 – Descartou a hipótese de candidatar-se ao governo de Goiás pelo PMDB.

2010-2013 – Por intermédio de sua empresa de consultoria, assessorou o grupo J&F, na concepção e estruturação do Banco Original. Ele deveria fazer do banco, uma pequena instituição que dava crédito a fornecedores do grupo, o principal banco digital do país. Meirelles contribuiu, também, na avaliação de oportunidades de expansão internacional do grupo J&F. (Fonte: Wikipedia).

2011 –  A convite da presidente Dilma Rousseff, Meirelles assumiu a presidência do Conselho Público Olímpico. A função, com mandato de quatro anos, foi de coordenar todos os investimentos para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

2011 (Outubro) – Filiou-se ao PSD e mudou seu título eleitoral de Goiânia para São Paulo.

2012 – Assumiu vaga no Conselho de Administração da Azul Linhas Aéreas.

2012 – Assumiu a presidência do Conselho Consultivo da J&F. (fonte: Valor).

2012 – (Junho) Senior Advisor da Kohlberg Kravis Roberts & Co (KKR), respons

2012 – Chairman do Lazard Americas, banco de investimento sediado em Nova York. Até 2016.

2013 – Integrou o conselho do Lloyd’s (Londres).

2016 –  A convite do presidente Michel Temer assumiu o Ministério da Fazenda. Até abril de 2018.

No decorrer de sua trajetória profissional Henriqueatuou ainda como membro dos Conselhos de Administração da Raytheon Corporation, da Bestfoods e da Champion International Financial. Fundador e presidente da Associação Viva o Centro, entidade que visa promover o desenvolvimento urbano e social no centro da capital paulista, também presidiu o conselho da Fundação José e Paulina Nemirovsky e foi conselheiro da Fundação Anchieta.

Registros na imprensa:

6.5.2018 –  Desde que se afastou do Ministério da Fazenda, em 6 de abril, despacha com assessores em casa da Fundação Ulysses Guimarães, na Península dos Ministros. Passou as últimas semanas em uma série de compromissos no exterior. (…) Para chegar à Presidência será grande seu desafio “quando se leva em conta que apenas 1% dos eleitores ouvidos nas pesquisas dizem que pretendem escolhê-lo”. (Correio Braziliense).

6.5.2018 –  Sobre as dificuldades que terá para ter sua candidatura aprovada em convenção do MDB, levando-se em conta que próceres partidários como o senador Renan Calheiros, em recente entrevista, qualificou Meirelles como uma versão piorada do presidente Michel Temer, o ex-ministro da Fazenda disse que “seria surpreendente que, num partido tão grande e tão diversificado, com tantas forças políticas, houvesse opiniões unânimes. Eu discordo. Acho que ele está errado. O MDB tem a oportunidade histórica de ter um presidente da República na medida em que o partido está dirigindo o país em um momento em que ele sai da maior recessão da história, de uma crise maior que a de 1929. A população vai reconhecer isso no devido tempo. Testes qualitativos mostram com muita clareza que existe uma possibilidade de, com a devida informação, haver uma mudança muito grande da avaliação dos eleitores. Tenho minha estrutura de pesquisas mais profundas e, no meu caso específico, algumas coisas que são vistas por alguns como negativas são vistas pela população como positivas”. (Entrevista ao Correio Braziliense).

6.5.2018 – “O MDB fez uma pesquisa interna e a maioria dos membros do partido, mais de 60%, optou por ter uma candidatura própria. Caso, por alguma razão, o presidente decida que não deve concorrer, certamente, nessa hipótese, eu deverei ser o candidato do partido. Não se justifica, portanto, uma aliança com outros partidos na medida em que a grande história de sucesso no Brasil hoje é do MDB. Nada impede o PSDB de aceitar a candidatura de vice-presidente. Por que não?” (Entrevista ao Correio Braziliense).

6.5.2018 –  (Em resposta sobre sua posição sobre união homoafetiva) “ tenho uma posição liberal, em geral, nos costumes, preservando os valores da família etc. Eu acredito na liberdade individual das pessoas, preservando, no entanto, os valores das diversas religiões. Respeito o direito daquelas religiões que são contra o aborto e o casamento de homossexuais. Por outro lado, sou liberal e acredito na liberação de costumes. (Entrevista ao Correio Braziliense).

6.5.2018 – (Sobre relacionamento com Brasília): “Gosto muito de Brasília. Eu prefiro Brasília. E sinto uma coisa meio atávica com o Planalto”, confessa. Quando adolescente, presenciou a inauguração da capital federal ao lado dos pioneiros. “Assisti à primeira missa. Tenho uma relação bem longa com Brasília, mas morei aqui só a partir de 2003”, afirma. Para ele, a relação com a cidade é anterior à construção dos projetos de Oscar Niemeyer. “A fazenda do meu bisavô era em Brasília, antes da desapropriação. Tenho um antepassado enterrado aqui. A família do meu pai é de Luziânia. Tenho uma história longa com a região” (Correio Braziliense, 6.5.2018).

2.5.2018 – “(…) Meirelles aposta na economia como solução para todos os problemas do Brasil, inclusive a radicalização que divide o país, e se vê como um candidato que pode conversar com todos os lados, da direita à esquerda, preocupada com questões sociais”. (… )“Eu não estou trabalhando com a hipótese de ser vice. Acho que se chegar a uma situação que se chegue a isso, vamos analisar. Eu não trabalho com essa hipótese. Já fui convidado para ser candidato a vice no passado, 2010, 2014, não aceitei.” (…) Na última pesquisa Datafolha, Meirelles tem apenas 1 por cento de intenções de voto. A rejeição do ex-ministro, no entanto, é de apenas 17 por cento, enquanto a de Temer chega a 64 por cento. (Exame-Reuters).

2.5.2018 – Crise econômica se deveu ao fato de o governo Dilma ter aplicado “a essência da doutrina econômica do PT” : “No momento que o PT aplicou de fato a sua política ideológica, histórica, o país entrou em uma recessão enorme. Isso evidentemente gerou uma polarização muito grande, com problema de violência (…)”. ( Entrevista ao portal Terra).

2.5.2018 –  Meirelles acredita que conseguirá conversar com os diversos setores da sociedade, “desde o eleitor radical de esquerda à direita”; “seja para discutir segurança, seja para discutir política social, porque eu me sinto à vontade para isso, inclusive porque eu nunca fiz parte de grupo político”. (Portal Terra).

2.5.2018 – “Eu tenho interagido muito com públicos e lideranças evangélicas com maior tranquilidade. Sinto uma grande identidade de valores, que são o trabalho, ética, meritocracia, etc.” (Portal Terra).

25.2.2018 – Meirelles admitiu que poderá sair do PSD para ser candidato à Presidência da República. O destino preferido, até agora, é o MDB. Dono de apenas 2% das intenções de votos, Meirelles disse, porém, que tem conversado “com vários partidos” e feito pesquisas qualitativas para medir o seu potencial de crescimento. (…) “De fato, tenho um assessor que conversou com Duda Mendonça, com Eduardo Fischer, com o próprio Fábio Veiga, que eu contratei para fazer o Twitter e o Facebook, e com outros. Estou fazendo pesquisas qualitativas que mostram o potencial de crescimento e vamos avaliar o cenário”.  (O Estado de São Paulo).

11.10.2011 – Valdir Raupp, presidente Nacional do PMDB, disse que a saída de Meirelles (do PMDB para o PSD) não chegou a ser uma surpresa:”Ele (Meirelles) nunca foi peemedebista. Só veio para tentar ser candidato”.

 

Principais entrevistas:

6.5.2018 – Entrevista ao Correio Braziliense:
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2018/05/06/interna_politica,678666/henrique-meirelles-sera-candidato-a-presidente.shtml

2.5.2018 – Entrevista a Lisandra Paraguassu e Bruno Federowski (Portal Terra).
https://www.terra.com.br/noticias/brasil/entrevista-meirelles-aposta-na-economia-para-resolver-todos-problemas-do-pais-inclusive-radicalizacao,df54831db524f61453281e4bdae4da69ti7std3y.html

25.2.2018 – Entrevista a Vera Rosa e Adriana Fernandes (O Estado de S.Paulo).
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,estamos-discutindo-e-qual-sera-o-meu-partido-diz-meirelles,70002203065

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