Posse de Dilma tem repercussão discreta no exterior
Crise na Petrobras e economia estagnada são apontados como principais desafios pelos jornais e redes de televisão internacionais
A posse da presidente Dilma Rousseff para seu segundo mandato na quinta-feira, 1º, teve repercussão discreta na mídia estrangeira, que destacou o escândalo envolvendo a Petrobrás, abordado pela petista em seu discurso.
Em chamada de capa nesta sexta-feira, 2, o jornal El Pais destaca que a representação espanhola na posse de Dilma “foi a menor em anos na América Latina”. Apenas o embaixador espanhol em Brasília, Manuel de La Cámara, prestigiou o evento.
Madri justificou que, por ser uma reeleição, não existiria a necessidade de uma representação maior e que os demais países europeus seguiram a mesma tendência. Mas críticos apontaram que a Espanha teria interesses em dar mais atenção à economia que representa o maior destino de investimentos do país no mundo.
Na BBC, a “economia estagnada” e a corrupção na “joia da coroa – a Petrobrás” também marcaram a cobertura da posse. A rede britânica ainda destacou como Dilma manteve “a velha maneira de fazer política no Brasil” ao distribuir ministérios a partidos aliados e formando um “gabinete controvertido”.
“Críticos apontam que ela distribuiu cargos para agradar partidos de sua coalizão e não baseado em conhecimento político”, indicou a BBC.
Na França, o Liberation indicou que a presidente “vai tentar relançar a economia e a credibilidade afetada por um vasto escândalo de corrupção” .
O New York Times apontou que Dilma terá de “confrontar um escândalo de corrupção que se expande, uma economia moribunda e menor apoio do Congresso”.
O argentino El Clarín destacou o foco dado pela presidente, em seu discurso, ao combate à corrupção. Dilma prometeu encarar “sem medo” a luta contra a corrupção, diz o texto. O também argentino La Nacion diz que a presidente fará um “duro ajuste econômico”.
Para a CNN, Dilma terá uma tarefa “titânica” de reunir um país dividido. (Jamil Chad/AE)