Conflito de interesse

Policial sindicalista tinha cargo de confiança no governo que critica

Ele deveria ter pedido para sair, por conflito de interesse

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O governador Rodrigo Rollemberg exonerou o delegado Rafael Sampaio, vice-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo), do cargo comissionado (ou de confiança) de assessor da Assessoria Jurídico-Legislativa da Secretaria de Segurança Pública e Paz Social. Sampaio já deveria ter pedido demissão, por conflito de interesses, mas ele diz que havia decidido entregaria o cargo esta semana. O entendimento do GDF é que ele deveria dedicar seu tempo eventualmente livre à corporação e não a outro poder. A exoneração foi recebida "com indignação" pelo fato de o delegado se ter oferecido para ajudar nas investigações da CPI da Saúde, que apura pagamento de propina no GDF.

A exoneração foi criticada na Câmara Legislativa. O deputado Rafael Prudente (PMDB) repudiou a decisão do governador. "Não entendi essa exoneração. O que está acontecendo? Porque afastar de suas funções o delegado que está auxliando na CPI?", questinou. O distrital pediu uma postura isenta do governo para colaborar com os trabalhos.

A Associação dos Delegados (Adepol) e Sindicato dos Delegados (Sindepo) divulgaram nota de repúdio lamentando o fato. "Lamentamos o ato em tela não ter seguido o processamento ordinário, iniciando-se no órgão de origem, e de o referido delegado de polícia não ter sido sequer comunicado sobre a exoneração, como de praxe no serviço público".

Como resposta ao Diário do Poder, o Governo do DF disse que o delegado foi exonerado "pelas declarações que deu durante a semana na Câmara Legislativa". Segundo o GDF,  as falas "são incompatíveis com as funções estabelecidas". O delegado encabeça o movimento da PCDF para pressionar Rollemberg por reajuste.

Além de Sampaio, Rollemberg também exonerou o funcionário que denunciou o esquema de propina no GDF. Caio Barbieri era chefe da comunicação da Secretaria de Turismo. Antes, havia passado pela Casa Civil e SindSaúde. Ele ficou sabendo do caso e denunciou formalmente ao governo, mas nunca teve resposta. O GDF disse que a exoneração de Barbieri foi a pedido do servidor, o que ele nega.

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