O futuro do partido

PMDB 'renova' com ex-prefeita que tem os bens bloqueados

Acusada de 483 crimes considerada 'a cara da Juventude do PMDB'

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No mesmo dia em que o Diário do Poder antecipou que a secretária de Cultura do governo de Alagoas, Mellina Torres Freitas, teria os bens e contas finalmente bloqueados pela Justiça de Alagoas, com atraso de mais de um ano desde a primeira decisão judicial, ela foi reconduzida, em Brasília, à vice-presidência regional da Juventude Nacional do PMDB no Nordeste, na última quarta-feira (20). Mellina é secretária do governo de Renan Filho (PMDB) e filha do desembargador Whashignton Luiz, afastado da presidênca do Tribunal de Justiça de Alagoas por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com base em várias irregularidades, inclsive suposto envolvimento em corrupção.

Mellina é ex-prefeita do município sertanejo de Piranhas, onde é gravada a novela Velho Chico, da Rede Globo, e foi denunciada pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gecoc) do Ministério Público de Alagoas pelo suposto cometimento de 483 crimes relativos ao desvio de R$ 15,9 milhões de recursos da Prefeitura Municipal.

“Tive a honra de ser reconduzida à vice-presidência da Regional Nordeste. A Executiva Nacional ganha maior expressão política e a JPMDB aumenta a representatividade dentro dos quadros do partido. Com a união de todos, nos fortalecemos na luta pela democracia e oportunidade para os jovens”, escreveu Mellina, em seu Instagram, ao comentar a ida do vice-presidente da Juventude Nacional do PMDB, Francisco de Assis Costa Filho, do Maranhão, para a Presidência da JPMDB, substituindo o mineiro Bruno Moreira Santos, que se licenciou para se dedicar à Secretaria Nacional da Juventude do governo interino de Michel Temer.

Repúdio e prestígio

Sua presença no cargo de secretária segue sendo repudiada pelo Movimento Cultural Alagoano (MovA), formado por mais de 100 artistas, produtores e grupos culturais. Em diversos protestos, foram pedidas audiências com o governador, acusado publicamente de “tentar desmoralizar o segmento cultural alagoano”.

Seu prestígio no PMDB tem relação com o poder político de seu pai, Washington Luiz Damasceno Freitas, afastado da presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas e do cargo de desembargador pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no fim de junho, para se defender de denúncias de corrupção e homicídios.

Ao comentar o bloqueio de seus bens, na quarta, Mellina afirmou estar em viagem de trabalho e comunicou que seu advogado entrou com pedido de reconsideração perante a Justiça. “Essa decisão é antiga e inexiste qualquer fato novo, o Juiz de Piranhas está dando a sequência normal a ação. Continuo mantendo a tranquilidade quanto ao processo ajuizado e espero que as acusações sejam esclarecidas no devido tempo, sou a maior interessada para que este esse momento aconteça”, disse a gestora da Cultura de Alagoas, que também é presidente estadual da Juventude do PMDB.

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