Terrorismo

Plano original tinha usinas nucleares belgas como alvo

Ação das autoridades teria obrigado jihadistas a revisar ataques

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As usinas nucleares da Bélgica eram o alvo do plano original dos terroristas que realizaram os atentados da terça-feira em Bruxelas, afirmou nesta quinta-feira, 24, o jornal La Dernière Heure, que ainda garantiu que os suspeitos pertencem a uma única célula jihadista.

O jornal afirmou que, depois que parte do grupo foi desmantelado na operação antiterrorista no distrito de Forest, na semana passada, que levou à captura do suposto responsável logístico dos atentados em Paris, Salah Abdeslam, e de outro cúmplice, Amine Choukri, na sexta-feira, os investigadores evitaram um ataque provavelmente pior.

A ação das autoridades belgas teria obrigado os outros integrantes da célula terrorista a acelerarem suas missões e a revisarem seus alvos iniciais, segundo o La Dernière Heure.

A publicação explicou que duas pessoas recuperaram há alguns meses uma câmera instalada em frente à residência do diretor do programa de pesquisa e desenvolvimento nuclear da Bélgica. Segundo o jornal, estas pessoas eram os irmãos Ibrahim e Khalid El Bakraoui, que se explodiram nos atentados no aeroporto e no metrô de Bruxelas. O vídeo da câmera foi recuperado pelos dois homens pouco depois dos atentados de Paris.

A gravação foi encontrada em dezembro de 2015 na residência de um dos suspeitos dos atentados na França, Mohammed Bakkali, segundo o jornal belga, que informou que o vídeo mostra os movimentos do chefe da rede nuclear da Bélgica.

No dia 17 de fevereiro, autoridades belgas enviaram 140 militares para as instalações nucleares do país para garantir sua segurança. A publicação disse que o duplo atentado em Bruxelas permite afirmar que se trata de uma única célula jihadista, que participou dos atentados em Paris e na capital belga, organizada por jovens da Bélgica, dos quais a maioria esteve na Síria.

Os irmãos El Bakraoui e Najim Laachraoui, apontado como um dos terroristas envolvidos no ataque ao aeroporto de Bruxelas, são os autores principais do pior atentado da história da Bélgica, no qual pelo menos 31 pessoas morreram e mais de 250 ficaram feridas. Ambos passaram a ser monitorados pelas forças de segurança belgas após os atentados de Paris.

Pelo menos um homem ainda está foragido. Na quarta-feira, outra pessoa foi detida no distrito de Anderlecht, cuja identidade ainda não foi revelada. O La Dernière Heure informou, no entanto, que seria Oussama A., cujo papel nos atentados ainda é desconhecido.

Por outro lado, a emissora de televisão VTM afirmou que os atentados seriam cometidos inicialmente na segunda-feira de Páscoa, informação que ainda não foi confirmada. (AE)

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