Picolé de brasileiro

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Presidente da União Nacional dos Estudantes no início da década de 80, Aldo Rebelo viu-se cercado de convites internacionais. Num belo dia, foi a Moscou, cujo governo, então soviético, não lhe inspirava confiança. Militante do PCdoB, Rebelo via nos funcionários do Kremlin repulsivos revisionistas. Ao desembarcar, um solícito funcionário soviético insistiu para que ele vestisse um casaco térmico. Camarada Aldo recusou, achando-se agasalhado, e ganhou a rua. Não deu um passo depois disso. Repentinamente, perdera todos os movimentos. A temperatura, em Moscou, estava a 39 graus negativos. O brasileiro, sob a insuficiente lã dos velhos agasalhos, parecia congelado. Solícito, o russo jogou sobre ele o feioso, porém eficiente, abrigo térmico; e, aos poucos, o presidente da UNE foi recuperando a mobilidade. Chateado, o revolucionário Aldo ficou devendo esse favor à camarilha revisionista soviética.

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