PGR: repasse a Alves foi orientado por Eduardo Cunha
Alves teria se beneficiado do esquema de corrupção na Caixa
Conta secreta na Suíça atribuída ao ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB) teria recebido pagamentos da empreiteira Carioca Engenharia, conforme aponta investigação da Procuradoria-Geral da República. Segundo a PGR, Alves teria se beneficiado do esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal, revelado na Operação Sépsis, na última sexta-feira (1º/7). O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que os repasses da empreiteira foram feitos sob orientação do presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha.
Ainda segundo a PGR, o dinheiro vinha de propina cobrada da empreiteira em troca da liberação de recursos do fundo de investimento do FGTS para obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.
O Ministério Público da Suíça transferiu para o Brasil, em março deste ano, investigação contra Alves iniciada no país por causa da conta. O saldo, na época, era de R$ 2,8 milhões. De acordo com Janot, em 2011 Alves era líder do PMDB na Câmara quando chancelou a indicação de Fábio Cleto para uma vice-presidência na CEF. Segundo delação premiada de Cleto, Cunha e o corretor de valores Lúcio Funaro usava o cargo de Cleto para cobrança de propina das empresas que recebiam aportes do FI-FGTS.
Entre as contas bancárias no exterior que teriam recebido propina a pedido de Cunha, denunciadas pelos empresários Carioca Engenharia, estão a de Cleto e de Henrique Alves. As defesas de Cunha, Alves e Funaro negam as acusações.