Corrupção sem fim

PF suspeita que R$ 2,5 milhões para filho de Lula tenha relação com caças

Luís Cláudio Lula da Silva recebeu pagamentos de lobistas

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Os pagamentos de R$ 2,5 milhões feitos a um dos filhos do ex-presidente Lula podem ter também relação com a compra dos caças suecos Gripen, da Saab, pela Força Aérea Brasileira (FAB). A suspeita é da Polícia Federal, que interrogou Lula no dia 6 de janeiro a respeito da compra de medidas provisórias em seu governo, investigada na Operação Zelotes.

De acordo com o jornal Estado de São Paulo, Lula disse no depoimento que essas hipóteses são “um absurdo”. Perguntado se os repasses a Luís Cláudio Lula da Silva foram “alguma contraprestação por serviços prestados” pelo ex-presidente “à Saab para que essa viesse a vencer a concorrência para a compra dos caças”, Lula disse que “nega veementemente e considera essa hipótese um absurdo, já que nunca teve atuação relacionada a esse assunto”.

A empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Cláudio, recebeu pagamentos de R$ 2,5 milhões da Consultoria Marcondes e Mautoni Empreendimentos, do lobista Mauro Marcondes Machado. Ele e a mulher, Cristina Mautoni, estão presos, acusados de operar suposto esquema de pagamento de propina a servidores e autoridades federais para viabilizar medidas provisórias do interesse de montadoras de veículos.

O lobista também foi representante do grupo que controla a Saab. Documentos apreendidos pela PF indicam que ele também fez gestões junto ao governo federal pela compra dos caças.

A negociação para a compra dos caças começou no governo Lula e foi concluída na gestão da presidente Dilma Rousseff. Ao fim de seu segundo mandato, em 2010, o ex-presidente declarou que conversaria sobre o assunto com a sucessora. “É uma decisão importante, daquelas que não posso tomar sozinho, faltando um mês e meio para terminar meu mandato, porque é uma decisão do longo prazo”, justificou.

Lula foi questionado sobre documentos apreendidos na Marcondes e Mautoni que faziam menção a tratativas com o ex-presidente e o Instituto Lula para favorecer a Saab. Um deles citava uma “solicitação da empresa sueca para que o ex-presidente levasse seu apoio à contratação da Saab para Dilma”. Como sempre, o ex-presidente disse que “nunca recebeu ou levou esse assunto ao conhecimento da presidente”.

Apesar disso, Lula ressaltou à PF que “nunca discutiu com Dilma sobre a contratação de caças para a indústria brasileira”.

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