Cartel na cadeia

PF prende sete e desmantela cartel de postos de combustível no DF

Sócio da Cascol e presidente do Sindicombustíveis estão presos

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Finalmente, o cartel que controla os preços dos combustíveis no Distrito Federal virou caso da Polícia Federal, que nesta terça-feira (24) cumpre 44 mandados de busca e apreensão, 25 de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento) e sete prisões temporárias, no âmbito da Operação Dubai.

Entre os presos está Antônio José Matias de Sousa, um dos sócios do grupo Cascol, proprietário de 78% dos postos de combustíveis no DF. Outros presos foram José Carlos Ulhoa Fonseca (presidente do Sindicombustíveis-DF), Carlos José Simm (sócio da Gasoline), Marcello Dornelles Cordeiro, José Miguel Simas Oliveira Gomes (funcionário da Cascol), Adão do Nascimento Pereira (gerente de vendas da BR Distribuidora) e André Rodrigues (gerente de vendas da Ipiranga).

Também são cumpridos mandados no Rio de Janeiro. O esquema que combinava preços dos combustíveis lcrava cerca de R$ 800 mil.

Nesse esquema a gasolina era sobretaxada em 20% para os consumidores, o preço do álcool era inflado para evitar sua penetração no mercado brasiliense, cobrando um valor sempre superior a 70% do preço da gasolina. 

O prejuízo gerado pelo cartel na população pode chegar a cerca de R$ 1 bilhão por ano, segundo estimativa dos investigadores.  Trata-se de uma ação conjunta entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e do Grupo de Atuação no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Somente da rede Cascol, junção das redes Gasol e Cascão, as investigações apontam que o prejuízo geral é de R$ 1 bilhão por ano aos consumidores brasilienses. Com 1,1 milhão de litros de combustível por dia, eles obtinham lucros diários de R$ 800 mil.

Segundo as investigações, as empresas, que controlam mais da metade dos postos do DF, acertavam os preços oferecidos ao consumidor final. As redes menores seriam comunicadas pelos coordenadores regionais do cartel.

A PF informou em nota que durante a investigação “também ficou claro que o Sindicombustíveis/DF, sindicato dos postos de combustível, exercia importantes papéis na manutenção do cartel, ao servir como porta-voz do cartel e ao perseguir os proprietários de postos dissidentes”.

Na Operação Dubai a polícia cumpre sete prisões preventivas, 25 conduções coercitiva e 44 ordens de busca e apreensão de documentos. 

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