De Roseana a Dino

PF indica que esquema de corrupção continuou na gestão de Flávio Dino

Escutas confirmam favorecimento do Instituto Cidadania e Natureza

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Investigações da Polícia Federal, derivadas da operação Sermão aos Peixes, que apura esquema bilionário de corrupção no Fundo Nacional de Saúde na gestão do ex-secretário de Saúde Ricardo Murad, cunhado da ex-governadora Roseana Sarney, chegaram ao governo atual de Flávio Dino (PCdoB).

Relatório da PF indica que o esquema encabeçado pelos donos do Instituto Cidadania e Natureza (ICN) ainda atua na Secretaria de Saúde do Maranhão (SES). De acordo com a PF, uma intercepção telefônica feita com autorização da Justiça Federal flagrou diálogo em que um servidor e indica diversas pessoas que deveriam ser contratadas pelo ICN para prestar serviços no Hospital Macroregional de Coroatá sem passar por processos seletivos. Do outro lado da linha estava o médico José Inácio Guará Silva, um dos donos do instituto. Guará Silva faleceu em São Paulo uma semana antes da operação.

Outro trecho coloca em xeque a licitação realizada pelo governo Flávio Dino, pois há fortes indícios de que “antes mesmo de sair o edital de licitação, o investigado (Guará Silva) já tinha dados sigilosos sobre o processo de licitação, inclusive que seria dividida em grupos e já sabiam quais hospitais iriam administrar”. A informação interceptada pela PF confirma tráfico de influência e direcionamento de licitação, uma vez que edital previu a divisão em grupos e teve o ICN como vencedor de dois contratos: R$ 98,7 mil e R$ 113,8 milhões.

No segundo dia da Operação Sermão aos Peixes, mesmo dia em que o Atual7 levantou a suspeita do governo Flávio Dino, em especial o secretário Marcos Pacheco, ser investigado pela PF por manter a terceirização na gerência das unidades de saúde pública estadual e o investigado ICN como Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) contratada, por determinação da Justiça Federal, o Governo do Estado rompeu o contrato com o Instituto Cidadania e Natureza. Apesar de ter flagrado dois casos suspeitos de corrupção no governo comunista, porém, durante a coletiva de imprensa sobre a operação, a PF não declinou sobre as investigações feitas este ano, quando o ex-secretário Ricardo Murad – apontado pela Polícia Federal como mentor do esquema – já não tinha mais qualquer gerência sobre a SES. No entanto, há a real possibilidade de um novo inquérito, específico sobre supostas fraudes da SES no governo Flávio Dino, a exemplo da ocorrida no seletivo secreto do Instituto Acqua – Ação Cidadania e Qualidade, de São Paulo, ter sido aberto. Uma nova operação da Polícia Federal para cumprimento de mandados de prisão preventiva, busca e apreensão e de condução coercitiva também não está descartada.

Diante da revelação feita pelo relatório da PF e do fato de que além do ICN outras terceirizadas da gestão anterior, como a Organização Social (OS) Bem Viver – Associação Tocantina para o Desenvolvimento da Saúde e o Instituto de Desenvolvimento e a Oscip Instituto de Apoio à Cidadania (Idac), também atuaram ou ainda atuam na gestão atual, o governo Flávio Dino, outrora ostentador da postura de governo ileso a quaisquer raízes corruptíveis, agora é alvo de evidências que fatalmente o levarão ao banco dos réus e à cadeia. (Com informações do Atual7)

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