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Petrobras impõe risco para nota do Brasil, diz Moody's

Agência cita choques no preço da commodity e perdas persistentes

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A agência de classificação de risco Moody's publicou relatório em que afirma que companhias de petróleo nacionais com altos níveis de dívida e reduzida capacidade financeira impõem riscos para os ratings soberanos. Entre essas companhias, a Moody's destacou a Petrobrás.

Segundo a agência, entre os países latino-americanos nos quais as companhias de petróleo nacionais apresentam o maior risco estão o Brasil, com a Petrobrás, e o México, com a Pemex. A Moody's destaca no relatório que tanto a Petrobrás quanto a Pemex são "companhias integradas cujos ratings refletem um alto nível de suporte implícito dos respectivos governos".

No começo do mês, o Fundo Monetário Internacional (FMI) também alertou para a situação da estatal brasileira. Em documento, o FMI afirmou que o endividamento da Petrobrás pode comprometer nota do Brasil.

Em agosto, a Moody's rebaixou a nota brasileira, mas manteve o grau de investimento do País. Na semana passada, foi a vez da Fitch diminuir o rating brasileiro. 

Petróleo. "Três fatores principais podem prejudicar a capacidade de uma companhia de petróleo nacional pagar o serviço de suas dívidas e podem levar à materialização de obrigações contingentes para o soberano: choques no preço do petróleo, perdas graduais, mas persistentes ou riscos de governança corporativa", afirmou o vice-presidente e analista sênior da Moody's, Jaime Reusche. "As companhias que impõem o maior risco têm uma combinação de robustez financeira relativamente baixa e níveis de dívida relativamente altos", acrescentou.

O relatório também menciona a Petrotrin, de Trinidad & Tobago, e a PdVSA, da Venezuela. "Na América Latina, das oito companhias que acompanhamos, o maior aumento na dívida relativa ao tamanho da economia durante os últimos cinco anos ocorreu na PdVSA. Essa companhia em particular enfrenta riscos soberanos maiores entre todos os seus pares e tem o rating mais baixo", afirmou Reusche.

A Moody's citou ainda a KazMunayGas, do Casaquistão e a Companhia Estatal de Petróleo da República do Azerbaijão. (AE)

 

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