Pesquisador afirma que mulheres serão beneficiadas pela Reforma Trabalhista
Bruno Vaz aponta que flexibilidade no horário será um dos pontos positivos nas mudanças
Para o pesquisador Bruno Vaz, do Instituto de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBREF/GV), a flexibilidade de horário proposto no texto da Reforma Trabalhista será um benefício para as mulheres inseridas no mercado de trabalho.
O pesquisador afirma que mulheres de baixa renda e mães, hoje em dia não conseguem fazer jornadas de trabalho com 40 horas semanais porque a maioria das creches públicas só funcionam meio período. “Por não ter condições de deixar alguém cuidando do filho, ela não consegue trabalhar. A partir do momento que puder exercer uma jornada ais flexível e sem comprometer o empregador na Justiça do Trabalho, essa mãe muda a perspectiva e consegue e inserir no mercado de trabalho”, ponderou Vaz.
Bruno Vaz participou do “Seminário Nacional Reforma Trabalhista | Desafios – Resistência”, realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Asseio e Conservação (CONASCON) em Brasília-DF, e ministrou palestra sobre a pesquisa.
Para o presidente da CONASCON, Moacyr Pereira, a realidade não é tão simples, ele afirma que outras questões precisam ser levadas em conta, como lactantes amamentando em locais insalubres e redução do tempo de licença maternidade. “Gerar empregos precários é prejudicial para toda a cadeia produtiva e expõe a trabalhadora à riscos de saúde. Por que não qualificá-la e oferecer outros benefícios, como creche dentro das fábricas? Em países desenvolvidos e que respeitam a legislação, a prática é comum", afirmou.
Moacyr enxerga a necessidade da adoção de um caminho inverso, onde deve-se cobrar mais responsabilidade social do governo e pressionar os representantes para que as creches atendam as crianças em tempo integral, como ocorre em várias cidades do país.
O seminário promoverá discussões até hoje (29), com palestra da advogada Zilmara Alencar, especialista em Direito Processual, abordando os impactos negativos da Reforma Trabalhista.