Fraude dos alvarás

Paulo Octávio vai se apresentar à Polícia nesta tarde

Ele vai depor nesta tarde para esclarecer suposta participação em esquema

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O ex-governador do Distrital Federal Paulo Octávio garante que vai se apresentar nesta tarde (7) à Polícia Civil para prestar depoimento sobre um suposto envolvimento no esquema de violação de normas urbanísticas. Ele não foi localizado pela polícia nesta manhã em nenhum dos endereços residencial e comerciais quais agentes cumpriram mandados de busca e de apreensão.

A Operação Hamurabi (o nome anterior divulgado era Átrio) prendeu o administrador de Águas Claras, Carlos Sidney de Oliveira, e apreendeu R$ 50 mil em espécie escondidos na casa dele. Já o administrador de Taguatinga, Carlos Alberto Jales, é considerado foragido da polícia e caso não se apresente até o fim da tarde poderá ter mandado de prisão preventiva decretado e ainda ter que responder por todo o processo de investigação atrás das agrades.

Além do ex-governador e dos administradores, outros nove pessoas, entre elas servidores e empresários, também tem mandado de condução coercitiva. Eles são: Marfisa Adriane Gontijo Jales  (mulher do administrador Carlos Jales. Trabalhou na secretaria de Esporte e da Administração do Riacho Fundo. Atualmente exerce cargo em comissão no Senado, no bloco parlamentar da União e Força), Elaine Wetzel (mulher de Luiz Bezerra de Oliveira Lima Filho, dono da LB Valor, construtora com muitos empreendimentos em Águas Claras. É sócia do marido, atua como diretora superintendente da LB), Gilda Patrícia Fonseca Cabrera, Larissa Queiroz Noleto  (é chefe da assessoria de Planejamento e Ordenamento Territorial da Administração de Taguatinga) , Gabriela Canielas Gonçalves, (diretora de incorporação e arquitetura da Paulo Octávio),  Fernanda Castelão Sorgi Barral, Luiz Felipe Hernandes Guerra de Andrade, Laurindo Modesto Pereira Junior (chefe da assessoria técnica da Administração de Taguatinga) e Carlos Antônio Borges (especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental na Administração Regional de Taguatinga).

Deflagrada nesta manhã, a Operação Hamurabi revelou um esquema de pagamento de propina para a liberação de alvarás sem o seguimento de todo o trâmite legal. O diretor da Polícia Civil, Jorge Xavier, garantiu que há provas da corrupção ativa, passiva e de falsidade ideológica, mas ainda é prematuro afirmar se os empresários eram obrigados a participar do esquema ou ofereciam propina para beneficiá-los dele com a concessão irregular de alvarás.

Advogado do ex-governador Paulo Octávio, Antonio Carlos de Almeida, o Kakay garantiu a presença do cliente em uma das unidades de Polícia Civil até o fim da tarde. Ele não soube dizer onde Paulo Octávio estava quando procurado pela polícia nos vários endereços que possui na cidade. Paulo Octávio é empresário renomado do ramo imobiliário e possui vários empreendimentos na capital. Ele deixou o governo em 2010 após o escândalo de corrupção revelado pela Caixa de Pandora. Mas ensaia um retorno aos palanques. Nos últimos dias apareceu em programas eleitorais pelo seu novo partido, o PP.

O governo do Distrito Federal informou, em nota, que vai exonerar os administradores envolvidos no esquema por “não compactuar com atos corruptos, nem admitir em seus quadros a permanência de agentes envolvidos em irregularidades”. Em relação aos outros servidores públicos citados, eles “serão imediatamente afastados, para evitar qualquer obstáculo às investigações”.

Agentes de polícia estiveram nesta manhã nos hotéis Manhatan e Kubitschek e nas  administrações regionais de Taguatinga e Águas Claras. A operação atende a decisão da 2ª Vara Criminal de Taguatinga. A ação é conjunta com a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

Hamurabi é uma referência ao rei babilônico que durante suas conquistas, em 1700 Antes de Cristo, compilou a legislação pré-existente, gravando-a em blocos únicos de rocha que eram expostos em locais públicos, na inequívoca intenção de que ninguém pudesse alegar desconhecimento da lei e deixar de cumpri-la.

 

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