Operação Acarajé

Patrimônio de Santana saltou de R$ 1 milhão para R$ 59 milhões

Acréscimo está relacionado a pagamentos recebidos do PT

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O marqueteiro do ex-presidente Lula e da presidente Dilma, João Santana, teve um salto patrimonial de R$ 58 milhões em dez anos. De acordo com relatório da Receita Federal, Santana saiu de um ativo de R$ 1.009 milhão, em 2004, para R$ 59,12 milhões, em 2014. Os dados foram incorporados à Operação Acarajé, 23.ª etapa da Lava Jato.

O Escritório de Pesquisa e Investigação da 9.ª Região Fiscal da Receita mostra ainda que a mulher e sócia do marqueteiro, Monica Regina Cunha Moura, também viveu uma fase auspiciosa nos últimos anos – a contribuinte teve um acréscimo patrimonial de R$ 56,49 mil em 2004 para R$ 19,48 milhões em 2014, “suportados, a partir de 2010, exclusivamente dos lucros e dividendos recebidos pelas suas empresas de publicidade”.

Segundo o resultado da quebra de sigilo bancário do publicitário e de sua mulher, ambos são primordialmente remunerados pelos serviços prestados em campanhas do PT. “Há forte probabilidade de que a destinação, de maneira oculta e dissimulada, de recursos espúrios da corrupção na Petrobras aos dois (João Santana e Monica) no exterior possui vinculação direta aos serviços por eles desempenhados em favor do Partido dos Trabalhadores”.

Empresas dos publicitários, notadamente a Polis Propaganda e Marketing e Santana Associados Marketing e Propaganda receberam, no período entre 29 de setembro de 2004 e 30 de julho de 2015, R$ 193.963.510 por serviços ao partido do governo.

“Os valores, referentes aos pagamentos pelo préstimo de serviços de João Santana e Monica para as campanhas eleitorais de Luiz Inácio Lula da Silva (2006), Fernando Haddad (2012) e da atual presidente da República Dilma Rousseff (2010 e 2014) totalizam o valor de R$ 171.552.185,00″, pontua relatório da PF nos autos da Operação Acarajé.

No entanto, a PF ressalva: “não há, e isto deve ser ressaltado, indícios de que tais pagamentos estejam revestidos de ilegalidades. Sua apresentação e dos valores pagos a João Santana e Monica possuem o objetivo de demonstrar que há forte probabilidade de que a destinação, de maneira oculta e dissimulada, de recursos espúrios da corrupção na Petrobrás aos dois no exterior possui vinculação direta aos serviços por eles desempenhados em favor do Partido dos Trabalhadores”.

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