Política Espanhola

Partidos da Espanha negociam coalizão, mas impasse pode levar a novas eleições

Primeiro-ministro busca o apoio do Partido Socialista Obrero Español

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O novo Parlamento da Espanha realiza sua sessão de abertura nesta quarta-feira, com partidos ainda envolvidos no diálogo para a formação de um governo de coalizão, em meio à expectativa de que um impasse possa levar a uma nova eleição nas próximas semanas.

O primeiro-ministro Mariano Rajoy, líder do maior bloco no Parlamento espanhol, busca o apoio do Partido Socialista Obrero Español (PSOE) para sua reeleição. O PSOE, que ficou em segundo na eleição de 20 de dezembro, é uma sigla rival do grupo de Rajoy, o conservador Partido Popular (PP), e até agora se recusa a apoiar o atual premiê. A outra opção, que seria uma coalizão de partidos de esquerda e regionais, também parece pouco provável.

Nesta quarta-feira, o Parlamento deve eleger seu presidente. Rajoy disse que seu partido está disposto a votar em um candidato socialista, em um gesto voltado para tentar uma colaboração das duas siglas.

Dirigentes do PP dizem que Rajoy ficará no cargo até que seja fechado algum acordo. A posse de um novo presidente na região da Catalunha, na terça-feira, acrescentou um maior senso de urgência ao processo. O novo líder catalão, Carles Puigdemont, disse estar comprometido com a independência regional dentro de 18 meses.

O novo Parlamento espanhol inclui dois novos partidos que tiveram votação substancial – o Podemos, esquerdista contrário a medidas de austeridade, e o centrista Ciudadanos. Somadas, as duas siglas controlam agora 109 cadeiras, menos que o PP, que tem 123, na Casa com 350 legisladores. O PSOE possui 90 assentos.

Desde a eleição, Rajoy se reuniu com líderes dos três partidos rivais e conseguiu o apoio implícito apenas do Ciudadanos. O líder desta sigla, Albert Rivera, sinalizou que seu partido pode se abster na votação no Parlamento, em vez de se posicionar para tentar bloquear a reeleição de Rajoy. Ainda assim, Rajoy precisa que o PSOE faça o mesmo para garantir um segundo mandato, o que seria o resultado preferido pelo establishment das companhias e da imprensa espanhola, que defende um governo forte em Madri para se contrapor às ambições da Catalunha de independência.

Já o Podemos defendeu que a Catalunha e outras regiões tenham o direito de realizar votações entre sua população para decidir se desejam continuar como parte da Espanha. 

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