Parlamentares brasileiros deixam o Parlasul após acusação de golpe
Presidente do Parlasul acusou Congresso brasileiro de "golpe parlamentar"
Depois da declaração do deputado argentino Jorge Taiana, presidente do Parlasul, de que o Brasil passava por um golpe e a situação política por aqui é escandalosa com a "utilização forçada da lei do impeachment", 17 dos 20 parlamentares brasileiros que compõem a delegação enviada ao Uruguai para as comemorações dos 25 anos do Mercosul se retiraram do evento. Além disso, o lugar reservado aos parlamentares brasileiros, fundo do auditório, foi considerada uma retaliação pela aprovação do impeachment pela Câmara na semana passada.
A saída dos deputados brasileiros provocou uma saída em massa da reunião, incluindo a senadora Lídice da Mata (PSB), que votou contra o impeachment. Apenas os deputados governistas, Ságuas Moraes (PT-MT), Benedita da Silva (PT-RJ) e Jean Wyllys (PSOL-RJ), permaneceram no local.
O deputado baiano Benito Gama (PTB) criticou as declarações de Taiana sobre assuntos que dizem respeito apenas ao Brasil. "O Mercosul não pode entrar em assuntos internos do Brasil chamando o impeachment de 'golpe parlamentar'. Inaceitável", disse.
O senador Roberto Requião (PMDB-ES) tentou, em vão, resolver a situação, mas foi ignorado sob alegação de que não havia possibilidade de apresentar questões de ordem na reunião.