Devagar, quase parando

Para pesquisadora da FGV, mercado da construção ainda terá ano difícil

Fevereiro fraco sinaliza tempos ruins, e recuperação só em 2018

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O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) teve um aumento de 0,19% em fevereiro – metade do registrado no mês anterior, que foi de 0,38%, e também abaixo dos 0,84% de fevereiro de 2016. O desempenho do índice, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado nesta sexta (10), não surpreendeu o mercado.

Segundo Ana Castelo, coordenadora de Estudos da Construção Civil do FGV/IBRE, a mão de obra, que havia pressionado o índice nos meses anteriores, agora ficou estável. “O aumento do salário mínimo no início do ano contribuiu para o aumento dos pisos em alguns estados. Esse efeito não ocorreu mais em fevereiro. Como os materiais não têm registrado grandes altas, a desaceleração não foi algo inesperado”, destacou a economista.

Nos últimos 12 meses a taxa acumulou um aumento de 5,77%, inferior ao registrado nos 12 meses imediatamente anteriores, que chegou a 6,74%. Para Ana Castelo, a recuperação será gradual e deve ficar mais para 2018.

“O ano de 2017 ainda será difícil, mas não tão ruim como foram os três últimos anos. Acredito que a recuperação será muito lenta. Com desemprego ainda em crescimento, não é possível esperar melhora no mercado imobiliário que ainda tem estoques elevados. Em relação à infraestrutura, as novas concessões e licitações só começarão a ter efeito na economia no ano que vem. A melhora neste ano deverá ver das novas contratações do Programa Minha Casa Minha Vida e da retomada de obras paradas de infraestrutura”, explicou.

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