Para Dilma, impeachment tem a ver com realidade jurídica. Está enganada.
No Congresso, políticos têm sido cassados por mentir ao plenário
A presidente Dilma Rousseff passou recibo a respeito do pedido de impeachment. Alegou que precisa existir razão para tal pedido, que definiu como terceiro turno das eleições. No panelaço realizado na noite de domingo em várias capitais, os manifestantes gritaram "fora Dilma". Está enganada. Cassação está associada à realidade política, não jurídica. Os parlamentares da base aliada temem justamente o desgaste político enfrentado por Dilma.
O ex-senador Demóstenes Torres, por exemplo, perdeu o mandato não pelos negócios obscuros e fraudulentos que tinha com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Caiu porque mentiu no plenário. Negou conhecer Cachoeira.
No ano passado, a Câmara cassou o mandato do então deputado federal André Vargas (PT-PR). Vargas mentiu no plenário. Falta considerada imperdoável. Não foi cassado por causa de sua sociedade com o doleiro Alberto Youssef, operador do escândalo da Petrobras.