Pacote de ajustes

Para Caiado, Levy e Nelson Barbosa 'não sensibilizaram'

Democrata afirma que Congresso impedirá alta de imposto

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O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos principais nomes da oposição, criticou a apresentação dos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) na Comissão Mista de Orçamento (CMO) na Câmara, realizada nesta quinta-feira, 17. Segundo ele, a reunião entre parlamentares e os dois ministros foi apenas para apresentar o que o governo pretende com os cortes e os aumentos de impostos. Ele acusou o governo de querer repassar a responsabilidade pelo ajuste para o Congresso e disse que os ministros querem que as emendas impositivas sejam direcionadas para suprir os déficits deixados pelos cortes feitos no Minha Casa Minha Vida e na Saúde. “Isso não sensibilizou em nada o plenário e nossa posição será mantida para impedir aumento de tributos”, disse.

Caiado informou que a reunião foi um relato do que a imprensa já noticiou, sem alteração, “como se desse aula para alunos”. Segundo o senador, os parâmetros usados pelo governo para o Orçamento de 2016 estão errados e, em função disso, os cortes deveriam ser maiores. “Ficou claro que querem maquiar os cortes e o Orçamento”, afirmou. “Parece que eles estão vivendo em outro mundo. Eles não entenderam a realidade pela qual passa a sociedade brasileira”, criticou. Segundo ele, os ministros agiram como se tudo estivesse bem e afirmaram que vão recuperar as contas públicas com corte de R$ 26 bilhões e aumento de impostos em pouco mais de R$ 30 bilhões.

“A posição de deputados e senadores é essa. A única ferramenta de defesa do cidadão é a nossa posição no Congresso, que vai impedir o aumento da carga tributária”, declarou. Ele ainda afirmou não ter visto motivos para a reunião ser fechada, já que os ministros não apresentaram nada de novo.

Por outro lado, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do governo na CMO, saiu contente da reunião. Segundo o deputado, a decisão da comissão de realizar a reunião apenas para parlamentares é essencial para o encaminhamento das medidas propostas pelo governo. Ainda de acordo com o parlamentar, ainda não foi discutida na comissão uma possível alteração no prazo da CPMF. “Os ministros foram transparentes e eu fiquei bastante satisfeito”, afirmou. Sobre uma possível saída do ministro da Fazenda do cargo, Pimenta afirmou que esse assunto não foi levantado durante a reunião.

Uma das propostas mais questionadas pelos parlamentares foi a sugestão, por parte do governo, do destino nas emendas parlamentares. Pimenta ressaltou que o governo apenas sugere o destino das emendas e não há uma obrigação de colocar os recursos nos investimentos propostos pelo Executivo. (AE)

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