Visita histórica

Papa viaja a Havana, 1ª etapa de sua viagem a Cuba e EUA

Para muitos cubanos, Francisco é esperança de prosperidade

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O papa Francisco será recebido neste sábado nas ruas de Havana por uma multidão agradecida e esperançosa. Mediador da negociação que levou à retomada das relações entre Cuba e os EUA, o pontífice é visto pelos católicos e outros moradores da ilha como o homem que abriu caminhos para um futuro mais próspero.

Fiéis da Igreja Católica prometem ocupar as ruas por onde passará o cortejo papal desde cedo. Templos da cidade estão organizando encontros para orientar os que desejarem saudar o pontífice já na saída do aeroporto. Em apenas uma das igrejas, a de Santa Rita de Cássia, no bairro Miramar, são esperadas cerca de 700 pessoas para as missas deste sábado e, após as celebrações, caravanas para receber Francisco.

Secretária paroquial da Igreja de Santa Rita, Vivian Núñez consegue pronunciar poucas palavras antes de cair no choro ao comentar a perspectiva de receber o pontífice. “Ele é um missionário do perdão. Sabe, com as coisas daqui, é difícil. Muitas famílias perderam seus filhos, é difícil perdoar. Mas ele é o impulso para isso”, afirmou emocionada.

A igreja fica a poucas quadras da Nunciatura Apostólica, onde Francisco ficará hospedado durante sua passagem pela cidade. A chegada do papa está prevista para as 16 horas de hoje (17 horas no horário de Brasília).

A recepção no Aeroporto Internacional José Martí deve durar cerca de uma hora. Em seguida, a comitiva do Vaticano seguirá pelas avenidas da capital cubana até a Nunciatura.

À noite, a agenda de Francisco prevê apenas encontros privados. Domingo, às 9 horas locais, terá início o maior ato público do pontífice na capital – a missa campal na Praça da Revolução, com altar montado a poucos metros do edifício do Ministério do Interior que tem a efígie de Che Guevara na fachada. Fiéis se organizaram também para chegar ao local da celebração já na noite deste sábado.

A paróquia de Santa Rita providenciou alojamento em casas de devotos para os que venham de regiões mais distantes.

No caminho da Nunciatura, Francisco passará na frente da Igreja de Jesus de Miramar, templo inaugurado em 1953 que fica a poucos quilômetros da Igreja de Santa Rita.

Na sexta-feira, fiéis e um dos monges da Ordem dos Capuchinhos, responsável pela igreja, davam retoques finais numa faixa que seria estendida na fachada para a passagem do cortejo e, em seguida, retirada para ser levada à missa na Praça da Revolução.

“Obrigado por nos fazer perder o medo do diálogo.” A frase da faixa sintetiza o que sentem muitos cubanos em relação a Francisco. Dentro da igreja, Daisy María e Arsénio Flores rezavam agradecendo pela visita do papa. Na saída, Daisy disse que ver o pontífice será “como ver o Senhor em pessoa”.

O marido, no entanto, declara gostar de Francisco, mas seu papa preferido “ainda é João Paulo II”. Sobre os motivos, Flores explica: “Ele passou por muitas dificuldades. Sofreu muito, até um atentado. Ainda não vi Francisco pessoalmente, mas João Paulo foi um papa muito bom”. (AE)

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