VENDA DA ELETROBRAS

Pancadaria marca audiência para privatização da Eletrobrás, em Alagoas

Confronto não pára processo de leilão da Eletrobras Alagoas

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A audiência pública que debateria a privatização da Eletrobras Distribuição Alagoas, na manhã desta terça-feira (6), virou palco de confronto entre sindicalistas contrários à negociação e policiais militares que montaram grades para proteger integrantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do governo federal, no auditório da Escola de Magistratura de Alagoas (Esmal), em Maceió (AL). E a sede da antiga Companhia Energética de Alagoas foi invadida por integrantes do movimento Via do Trabalho.

Apesar da troca de sopapos e da reação violenta dos policiais, a audiência para a venda da antiga Ceal não foi interrompida e foi considerada “satisfatória” pelo BNDES. Oradores usaram a palavra, mesmo debaixo de vaias e em meio ao conflito, ao contrário do que houve na semana passada, quando a audiência foi suspensa pelos protestos.

O confronto aconteceu após os manifestantes lançarem bolinhas de papel, objetos e até sapatos e um produto químico no palco do auditório da Esmal. E provocou a reação mais enérgica da PM, quando as grades que dividiam o auditório foram violadas e retiradas pelos manifestantes.

No momento das perguntas, o grupo esvaziou o auditório e saiu em caminhada até a sede do Governo de Alagoas, no Centro. Houve apenas uma pergunta escrita lida e respondida em plenário, e boa parte das 20 pessoas inscritas não usaram os espaços de três minutos para usar a palavra, no momento em que a audiência foi aberta para os questionamentos.

Os sindicalistas questionam o valor simbólico do estipulado para a venda da estatal em Alagoas, de R$ 50 mil. Mas o comprador deverá fazer um investimento de R$ 546 milhões em melhorias para que atenda às necessidades da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

INCOMPREENSÃO

A representante do BNDES, Lidiane Gonçalves, lamentou o tumulto e explicou que a exposição das condições da desestatização para a sociedade é uma previsão legal. "Estamos aqui dispostos a debater e explicar o processo, mostrar os números. Essa é uma boa oportunidade e faz parte do processo democrático. Mas infelizmente a população não entendeu isso”, disse Lidiane Gonçalves, em entrevista à imprensa.

Ricardo Brandão, representante do Ministério de Minas e Energia, disse que veio a Maceió disposto a trazer informações aos interessados no processo de venda da Eletrobras Alagoas.

“A gente conseguiu fazer a apresentação dos três expositores, infelizmente com um tumulto tão grande, com muito barulho, que acho que as pessoas não conseguiram ouvir bem. Mas, ainda assim, a gente conseguiu concluir a fase das manifestações orais. Poucos exerceram o direito de se manifestar. Mas a gente entende que isso foi suficiente para a gente fazer o trabalho de esclarecimento à população”, disse Brandão.

A partir desta audiência, foi aberto o prazo de 15 dias para a publicação do edital do leilão da Eletrobras, que deve ocorrer até abril.

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