Palácio tombado teve chá de bebê para secretária de Cultura de Alagoas
Museu do Estado foi posto para arrecadar fraldas, no expediente
Secretários e servidores do Estado de Alagoas utilizaram parte do horário de expediente e do espaço público do Museu Palácio Floriano Peixoto para realizar, na tarde dessa segunda-feira (16), um “chá de bebê” para a secretária de Cultura de Alagoas, Mellina Torres Freitas. O palácio é a sede histórica do Governo de Alagoas, hoje administrado pelo governador Renan Filho (PMDB). E abriga a atual sede da pasta da Cultura do Estado (Secult).
Grávida e prestes a deixar o cargo para cuidar de seu primeiro filho, a secretária foi agraciada com a festinha que teria sido organizada por amigos, com direito a estoque garantido de fraldas; bolo e decoração de festa, no Palácio que integra o Conjunto Arquitetônico dos Martírios e foi tombado pelo Patrimônio Estadual, pelo Decreto nº 38.309, de 09 de março de 2000.
Em meio ao mobiliário dos séculos XIX e XX, provavelmente no Salão de Despachos do prédio histórico também conhecido como Palácio dos Martírios, a festinha particular reuniu a secretária-executiva de Gestão Interna da Assistência e Desenvolvimento Social, Morgana Tavares; a prefeita de Mar Vermelho-AL e presidente do PMDB Mulher de Alagoas, Juliana Almeida; e o superintendente de Formação e Difusão Cultural, Edlúcio Donato, entre outros servidores estaduais.
Na noite após a festinha, a secretária Morgana Tavares comentou publicamente o evento, no Instagram:
Mellina é filha do desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas, que foi afastado do cargo pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2016, do cargo quando presidia o Tribunal de Justiça de Alagoas e se defende de acusações de corrupção e até homicídio.
Alvo de protestos da classe cultural desde o primeiro dia em que foi anuncia para o cargo por Renan Filho, a secretária de Cultura é ex-prefeita de Piranhas-AL e foi denunciada pelo Ministério Público Estadual, em 2013, pelo suposto cometimento de 483 crimes relativos ao desvio de R$ 15,9 milhões da prefeitura da cidade sertaneja. Mas alega inocência.
O Diário do Poder tentou contato com a assessoria de imprensa do governo e da Secretaria de Cultura. E enviou mensagens pedindo esclarecimentos.