Versões contraditórias

Oposição quer ouvir Gabrielli sobre compra de refinaria

Gabrielli disse que Dilma "não pode fugir da responsabilidade dela" na polêmica transação de 2006

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Os partidos de oposição — PSDB, SDD, DEM e PPS — na Câmara planejam apresentar nesta semana requerimentos convidando o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli para esclarecer no Congresso Nacional sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), que teria gerado prejuízo de US$ 530 milhões à estatal.

Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo no domingo (20), Gabrielli afirmou que a presidente Dilma Rousseff, “não pode fugir da responsabilidade dela” na polêmica transação ocorrida em 2006, época em que ela chefiava a Casa Civil e o conselho administrativo da Petrobras. O ex-presidente assumiu que tem responsabilidade no relatório entregue ao conselho, mas dividiu o ônus com a chefe do Executivo federal.

“Eu sou responsável. Eu era o presidente da empresa. Não posso fugir da minha responsabilidade, do mesmo jeito que a presidente Dilma não pode fugir da responsabilidade dela, que era presidente do conselho. Nós somos responsáveis pelas nossas decisões. Mas é legítimo que ela [Dilma] tenha dúvidas”, disse.

Em março, Dilma divulgou nota oficial declarando que aprovou a compra da refinaria do Texas com base em documento “técnica e juridicamente falho”. Segundo o comunicado, o relatório entregue aos conselheiros omitia duas cláusulas que, posteriormente, obrigaram a estatal a comprar a parte da empresa belga Astra Oil. A versão foi reiterada pela atual presidenta da Petrobras, Graça Foster, em audiência no Senado.

Já o ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró deu uma versão diferente, em depoimento na Câmara, onde afirmou que a decisão de adquirir a refinaria norte-americana foi compartilhada com os conselheiros da Petrobras, entre eles a própria Dilma.

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