Operadores do PMDB entram na lista vermelha da Interpol
Jorge Luz e o filho dele Bruno Luz estão nos Estados Unidos
Os operadores financeiros Jorge Luz e o filho dele Bruno Luz, ligados ao PMDB, estão nos Estados Unidos e já estão na lista de procurados da Interpol, a chamada Difusão Vermelha, segundo a Polícia Federal. Os dois são alvo da Operação Blackout, 38ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 23.
O delegado Maurício Moscardi Filho, da força-tarefa da Lava Jato, informou que Bruno viajou para os Estados Unidos em 16 de agosto, e não há registro de retorno. Seu pai deixou o Brasil no dia 11 de janeiro último. Para a PF, a dupla, que possui dupla nacionalidade, deixou o Brasil.
"As prisões foram decretadas para garantia de ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal, tendo em conta a notícia que os investigados se evadiram recentemente para o exterior, possuindo inclusive dupla nacionalidade", disse o procurador Diogo Castor de Mattos.
De acordo com as investigações, os operadores foram identificados como facilitadores na movimentação de recursos indevidos pagos a integrantes das diretorias da Petrobras. A dupla também é suspeita de utilizar contas no exterior para fazer repasse de propinas a agentes públicos, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
Entre os contratos da diretoria Internacional, os alvos são suspeitos de intermediar propinas na compra dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000; na operação do navio sonda Vitoria 10.000 e na venda, pela Petrobras, da Transener para a empresa Eletroengenharia.
Pai e filho são investigados pelos crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro dentre outros, ainda de acordo com a PF.
Renan Calheiros
Segundo revelou o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró em delação premiada, Jorge Luz é um dos principais e mais antigos operadores financeiros ligados ao PMDB e pagou propinas milionárias ao senador Renan Calheiros. Cerveró citou propinas no valor de US$6 milhões (equivalentes a quase R$20 milhões). Luz e o filho Bruno atuavam como facilitadores na movimentação de recursos indevidos pagos a integrantes das diretorias da Petrobras.