Operador da propina de Cunha pede acareação com Padilha e Yunes
Funaro nega ter entregue envelope com dinheiro a José Yunes
Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador de propinas do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu à Procuradoria Geral da República (PGR), nesta quarta-feira, 1º, para depor a respeito da acusação de que ele teria entregue um envelope no escritório do amigo e ex-assessor especial do presidente Michel Temer, José Yunes, destinado ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Yunes relatou em depoimento aos procuradores da República e em entrevistas ter recebido Funaro em seu escritório, em São Paulo, no final de 2014. No encontro, Funaro – preso desde junho de 2016 na Operação Sépsis, da Polícia Federal – teria entregue um envelope endereçado a Padilha.
A declaração de Yunes corrobora o depoimento do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, que disse, em delação premiada, que o escritório de Yunes era um dos lugares usados para o depósito de dinheiro destinado às campanhas do PMDB.
Segundo o delator, em um jantar no Palácio do Jaburu, o próprio Temer solicitou ao então presidente da empreiteira Marcelo Odebrecht pagamento ao PMDB. O valor solicitado, segundo Melo Filho, era de R$ 10 milhões e parte desse dinheiro (R$ 4 milhões) deveria ser entregue a Padilha.
“Esclarecer a verdade dos fatos”
No pedido protocolado nesta quarta-feira na PGR, a defesa de Funaro afirma que o objetivo da proposta é “esclarecer a verdade dos fatos manifestamente distorcidos” no depoimento de Yunes.
A defesa do doleiro reafirmou que vai processar Yunes por calúnia.