NOVE FORAM SOLTOS

Operação prende 10º fiscal de renda alagoano, em quatro meses

Tarciso Bispo teria ameaçado delatores de fraudes, em Alagoas

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José Tarciso Bispo dos Santos é o 10º fiscal de renda a ser preso em quatro meses, em Alagoas.  Na manhã desta quinta-feira (15), ele foi preso em casa, na Barra de São Miguel, em operação comandada pelo Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Conexos (Gaesf), um colegiado composto pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MP/AL), Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e Polícia Civil (PC/AL).

O fiscal da Sefaz de Alagoas é acusado de coagir pessoas que estão em processo de colaboração premiada, bem como fazendo ameaças contra pessoas que direta ou indiretamente colaboram com as investigações do Ministério Público, que apura R$ 120 milhões em fraudes contra o fisco e danos ao Tesouro Estadual, durante seis anos.

Além do mandado de prisão, também foi expedido um mandado de busca e apreensão, pelos juízes da 17ª Vara Criminal da capital. Os investigadores colheram documentos, tanto em sua casa, quanto na sede da Secretaria de Estado da Fazenda.

Dos dez fiscais de renda presos desde novembro, após as Operações Polhastro, Rilascio e Equis Viris, somente Tarciso Bispo segue preso, por enquanto. Nove fiscais já foram denunciados pelo MP de Alagoas, que pediu a condenação dos denunciados à perda de cargos públicos e cassação da aposentadoria, bloqueio dos bens móveis e imóveis e ainda a manutenção da medida cautelar de afastamento dos cargos públicos.

PORTE DE ARMA SUSPENSO

O Gaesf requereu e o Poder Judiciário também determinou a suspensão do registro e porte de armas de José Tarciso Bispo dos Santos, uma vez que, sistematicamente, o fiscal fazia referência a supostos homicídios e ao fato de ter sido policial civil antes de ingressar na Sefaz. Tudo isso foi comprovado durante investigações realizadas por meio de escutas judicialmente autorizadas e depoimentos de vítimas e terceiros.

Segundo o Gasef, pelo seu comportamento, o servidor púbico passou a ser investigado, por, em tese, integrar organização criminosa e praticar coação no curso de processo e ameaças.

A operação foi desencadeada em parceria com a Polícia Militar. O fiscal foi encaminhado à sede do Gaesf, no Centro de Maceió, para prestar depoimento, e passará pelo Instituto Médico Legal (IML), onde fará exame de corpo de delito, antes de ser levado para a Penitenciária Baldomero Cavalcante.

O Diário do Poder não conseguiu contato com o fiscal Tarciso Bispo ou sua defesa. (Com informações da Assessoria de Comunicação do MP de Alagoas)

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