"Demagogos"

ONU acha Donald Trump e políticos europeus são trapaceiros

Chefe da entidade acusa estadistas de compartilharem ideais terroristas

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O chefe de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, fez um raro discurso de ataque a partidos políticos e chefes de governos. Para o chefe da entidade, Donald Trump, candidato à Presidência dos Estados Unidos, líderes populistas da Europa são “demagogos”.

Zeid Ra'ad Al Hussein direcionou seus ataques contra o holandês Geert Wilders, favorito nas eleições gerais de março de 2017, além de outros políticos da extrema direita. "Um populista e demagogo", disse ele em Haia, na Holanda.

Criando polêmica entre os políticos europeus, Hussein acusou Wilders de ter muito em comum com Trump, disse que políticos como Wilders "mentem e manipulam os medos", e também citou o húngaro Viktor Orban, a francesa Marine Le Pen e britânico Nigel Farage, entre outros. O representante das Nações Unidas também alertou que Wilders e os demais "compartilham" ideias com o grupo terrorista islâmico. 

Segundo o chefe da ONU, seu recado foi uma resposta a um manifesto publicado por Wilders na semana passada, propondo fechar todos as mesquitas da Holanda, todas as escolas muçulmanas e todos os centros para refugiados. As fronteiras seriam fechadas para todos os imigrantes de países muçulmanos, mulheres seriam proibidas de usar a burka e o Corão seria banido no país. 

"Todos eles tentam, em vários graus, recuperar um passado tão puro, onde pessoas viviam em isolamento. Um passado que, na realidade, não existiu", afirmou. "As propostas de recuperar um passado supostamente perfeito é ficção. Seus vendedores são trapaceiros". 

"A fórmula é simples: fazer pessoas já nervosas se sentirem terríveis e, depois, indicar que a culpa é de um grupo externo", apontou. O diplomata indicou que a estratégia prevê que a audiência se sinta bem com uma oferta "fantasiosa". O discurso é inflamado e repetido, até que a "ansiedade se transforme em ódio". 

O que preocupa o chefe da ONU é que a "humilhação racial" que promovem esses populistas tem se transformado em políticas nacionais e municipais, além de discriminação em locais de trabalho e de crianças afastadas de grupos da mesma idade por não "serem "verdadeiramente europeus", ou "verdadeiramente franceses".

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