'Missão de desacreditar'

Novo diretor da PF evita comentar críticas de Janot

Ex-PGR afirmou que Segovia foi nomeado 'com a missão de desacreditar as investigações'

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O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, evitou comentar nesta sexta-feira, 1, as declarações do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que ele teria sido nomeado ao cargo para desviar o foco das investigações contra autoridades da República brasileira. “Pelas declarações que ele (Segovia) tem feito, parece que foi nomeado com a missão de desacreditar as investigações’, afirmou Janot.

A declaração de Janot à agência de notícias Reuters foi publicada hoje. Ao ser questionado sobre as declarações do ex-procurador-geral por jornalistas, Segóvia disse que ainda não tinha visto e logo mudou de assunto.

“Não vi as declarações (de Janot). Eu vim aqui hoje para tratar de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com a Polícia Civil e Militar. Ontem, estive com o secretário de Segurança, Roberto Sá, e ficamos mais de três horas discutindo sobre o sistema de segurança pública e a parceria da Polícia Federal com o Rio, para tentar achar soluções para a segurança do Rio”, respondeu.

O chefe da PF participou de um seminário na sede da Câmara Americana de Comércio.

Quetionado novamente, ele respondeu: “Não sei quais foram as declarações dele. Ainda vou ler. Eu não posso prejulgar as declarações dele. Eu acredito que, quando eu ler e souber, a gente pode falar alguma coisa”, disse o delegado, antes de ser puxado por assessores e depois de falar por menos de um minuto com jornalistas.

À Reuters, Janot ainda diz que ‘não sabe dizer se uma pessoa próxima de investigados e denunciados deveria ser autorizada a chefiar uma instituição do tamanho e da importância da Polícia Federal’.

Essa não é a primeira vez que o ex-procurador dispara flechadas contra Segovia. Os ataques começaram logo na posse do diretor-geral, que, depois de se  dizer lisonjeado com a presença de Temer, ainda questionou a materialidade das provas usadas em denúncia contra o presidente.

“Uma única mala talvez não desse toda a materialidade criminosa que a gente necessitaria para resolver se havia ou não crime, quem seriam os partícipes e se haveria ou não corrupção”, declarou o diretor da PF, referindo-se à mala estufada com 10 mil notas de R$ 50, somando R$ 500 mil em propinas da JBS.

Naquele dia, Janot questionou se Segovia estaria falando ‘por ordem de alguém’.

Na última quarta-feira, 29, em São Paulo, Janot disse que ‘só pode ser brincadeira’ o que disse o diretor da PF sobre a mala.

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