Noé, o sobrevivente

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Noé era figura conhecida, no Rio Grande do Norte, por sua capacidade de ficar bem com todos os governos. Não foi diferente no levante comunista de 1935, quando Giocondo Dias, do PCB, ocupou o Palácio Potengi, sede do governo local, enquanto Dinarte Mariz subia a serra, de Caicó para Natal. Uma turba raivosa invadiu um jornal ligado ao governo, disposta a empastelar tudo, e, lá, encontrou o inefável Noé.

– Afinal, com quem você está? – gritou um manifestante.

– Estou com Deus… ofende? – respondeu baixinho, com olhar de súplica.

Escapou, mais uma vez.

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