PROMESSA DE REAÇÃO

No 1º de Maio, centrais prometem ocupar Brasília contra reformas

Com 71% contrários, atos do Dia do Trabalhador criticam reforma

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No mesmo dia em que uma pesquisa do Datafolha mostrou que sete em cada dez brasileiros se dizem contrários à reforma da previdência, os protestos contra as reformas trabalhistas foram pontos comuns nos atos públicos deste 1º de Maio, em todo o Brasil. As celebrações do Dia do Trabalhador contaram ainda com shows de artistas famosos, churrasco, "feira de emprego" e, principalmente, ameaças de "reações fortes" das centrais sindicais contra o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. 

Depois do fracasso que foi a pretensa "greve geral" do dia 28 em Brasília, as centrais sindicais que promoveram os atos de hoje prometeram "ocupar Brasília", para brecar as mudanças propostas pelo presidente Michel Temer nas leis trabalhistas e regras para aposentadoria. Um documento com as ameaças, assinado pela CUT, CTB, CSB, UGT, Força Sindical e Nova Central foi lido nos atos públicos deste 1º de Maio. 

CUT conduziu protestos em São Paulo

"Se isso não for suficiente assumimos, neste 1º de Maio, o compromisso de organizar uma reação ainda mais forte", diz o trecho final da nota das centrais, lida em todos os atos públicos pelo País.

Nesta terça-feira (2), as centrais irão ao Senado Federal, para tentar negociar possíveis mudanças na reformas. “Não aceitamos a reforma trabalhista como está. E vamos para a Câmara. E vamos para o governo. Se o governo Temer quiser negociar a partir de amanhã, nós estamos dispostos a negociar. Agora, se o governo não abrir negociação, se o governo não discutir com centrais, se o governo não mudar essa proposta, nós vamos parar o Brasil novamente”, disse Paulinho da Força.

Em mensagem enviada pelas redes sociais, na manhã deste Dia do Trabalhador, o presidente Michel Temer assegurou que suas reformas garantem os direitos dos trabalhadores e mais empregos.

PELO BRASIL

Recife também teve ato de centrais sindicais (Foto: Sumaia Villela/ABr)

As manifestações se repetiram em capitais e grandes cidades dos Estados de Minas Gerais; Espírito Santo; Rio Grande do Sul; Pernambuco; Bahia; Alagoas; Sergipe; Ceará; Piaui; Pará e Amapá. Mas a capital paulista concentrou os maiores atos do país, promovidos pelas centrais sindicais Força Sindical, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), por toda a cidade de São Paulo.

Com os atrativos de astros da música sertaneja como Zezé Di Camargo e Luciano, Michel Teló e Bruno e Marrone, a Força Sindical promoveu uma festa na Praça Campo de Bagatelle, que custa cerca de R$ 3 milhões e era bancada pela Odebrecht, até o ano passado.

O ato da CUT contou com shows de Emicida, MC Guimê e Leci Brandão e começou na Avenida Paulista e seguiu para a Praça da República. Os protestos foram marcados pelo repúdio ao prefeito João Doria (PSDB), que firmou acordo com CUT, após acionar a Justiça para impedir que a manifestação ocupasse o cartão postal paulistano.

Já a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) marcou outro ato com apresentações no Sambódromo do Anhembi.

Fila por emprego se formou no Rio de Janeiro (Tânia Rego/ABr)No Rio de Janeiro, centrais sindicais organizaram protesto na Cinelândia, no centro do Rio. A violência policial durante os protestos da última sexta-feira (28) também foi pauta importante, no local. Para evitar depredações como as que ocorreram há três dias, o policiamento foi reforçado na região. E houve tumulto, quando um homem abriu uma bandeira do Brasil Império, defendendo a monarquia, e foi retirado a força do local pelos manifestantes.

Uma fila em busca de ofertas de emprego foi formada desde a madrugada, na sede Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), onde funciona um dos postos do Sistema Nacional de Empregos (Sine). E houve shows na Zona Portuária, com Michael Sullivan, David Deyr e Xande de Pilares.

Em Cascavel, no Paraná, 25 mil pessoas participaram do tradicional costelão fogo de chão, em que foram assadas 16 toneladas de carne bovina.

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