‘Neymar é nossa salvação’, diz Rivelino sobre seleção
Para Rivelino, o Brasil é favorito ao título, apesar de não ter o melhor time
Um dos astros da seleção de 1970, tricampeã do mundo sobre a Itália, no México, o ex-jogador Roberto Rivelino acredita que o Brasil é o favorito para a Copa de 2014, apesar de não “ter a melhor equipe”. “O Brasil é favorito ao título, mas não tem a melhor seleção.
Essa Copa está cheia de incertezas, está tudo em aberto. O time tem qualidade na defesa, mas falta melhorar do meio de campo para frente”, disse o ex-jogador, em entrevista exclusiva à ANSA, em São Paulo. Para Rivelino, a seleção brasileira possui apenas um nome forte atualmente: Neymar, do Barcelona. “Temos que torcer para Neymar estar bem durante a Copa, porque ele é nossa salvação. Mas, ao mesmo tempo, não podemos dar essa carga de responsabilidade ao Neymar, que é um moleque de 22 anos. É muita responsabilidade”.
Ex-meia da seleção de Mário Zagalo, Rivelino acredita que os outros jogadores convocados por Luiz Felipe Scolari têm boa qualidade tática, mas são “previsíveis demais” dentro de campo.
Por isso, o eterno “Patada Atômica” criticou algumas escolhas de Felipão, principalmente a decisão de não levar Robinho, do Milan, ao Mundial. “Eu gostaria de ver Robinho jogar, principalmente porque ele conhece Neymar muito bem e os dois, juntos, poderiam facilitar jogadas e criar novas situações”. “Miranda, por exemplo, todo mundo está vendo que está jogando bem, mas o Felipão tem seu próprio estilo e só convoca aqueles jogadores que o consideram ‘paizão’, que formam uma família. É uma técnica, que muitas vezes dá certo, e outras não”, completou.
Questionado sobre os atuais jogadores brasileiros e o elenco de Zagalo em 70, que incluída Pelé, Tostão, Jairzinho, Carlos Alberto, entre outros, Rivelino é enfático: “Nenhum jogador de hoje seria convocado naquela época. Infelizmente, o futebol foi nivelado para baixo”, lamentou.
Favoritos
Para o ex-jogador, seleções como Espanha, Argentina e Alemanha, “que têm tradição”, possuem grandes chances de conquistarem a taça do mundo no Brasil. “Portugal também pode surpreender, porque não tem só o Cristiano Ronaldo”, comentou. “Já a Itália tem uma mística, porque nunca dão crédito à seleção italiana, mas ela sempre ganha e chega a algum lugar”, comentou.
“O time do técnico Cesare Prandelli é forte, mais ofensivo que as seleções anteriores, que tinham uma defesa sólida”, disse Rivelino, elogiando o meia Andrea Pirlo e o atacante Mario Balotelli.
Protestos
Em meio a uma série de manifestações em todo o Brasil, o ex-jogador Roberto Rivelino disse ser favorável aos protestos que exigem melhores condições de saúde, educação e segurança, mas que é importante diferenciar o futebol dos problemas do país.
“Desde que eu me conheço por gente, educação, saúde e segurança sempre foram defasados no Brasil. Mas não tem como culpar o futebol por tudo isso, já que a última vez que o país gastou dinheiro com o futebol foi na Copa de 1950”, disse. “É lógico que, se você me perguntasse se prefiro melhores serviços ou uma Copa do Mundo, eu escolheria a primeira opção.
Só que, depois que o Brasil foi escolhido sede do torneio, não adianta protestar diante de um estádio”, disse Rivelino. Sobre os atrasos na construção de estádios e obras de infraestrutura, o ex-jogador também é crítico. “O Brasil perdeu uma oportunidade única de mostrar ao mundo sua capacidade”. “Manaus, Cuiabá, Natal e Brasília são estádios que não tinham necessidade de serem construídos. As outras arenas esportivas, no entanto, serão realmente utilizadas após a Copa”, comentou.
Nesta terça-feira (8), a exatos 35 dias do início da Copa do Mundo, uma nova onda de protestos voltou a ocorrer no Brasil.Em São Paulo, quatro manifestações de sem-teto protestaram contra os gastos com a realização do Mundial. No Rio de Janeiro, motoristas e cobradores de ônibus entraram em greve por 24 horas e ao menos 325 veículos foram depredados.
Ontem, enquanto o técnico Luiz Felipe Scolari anunciava a lista de convocados para a Copa do Mundo, também no Rio de Janeiro, um grupo de policiais federais protestava e ameaçava organizar uma paralisação durante o torneio. Ansa