Operação Forte do Castelo

Mulher do ex-prefeito de Belém aumentou patrimônio em 200 vezes, diz MPF

Empresa de Elaine Pereira fez contratos de R$ 288 mi com prefeitura

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A mulher do ex-prefeito de Belém Duciomar Costa (PTB), segundo a Operação Forte do Castelo, aumentou seu patrimônio em 200 vezes entre 2004 e 2015. Elaine Baia Pereira e ‘Dudu’ foram presos na manhã de sexta-feira, 1, e colocados em regime domiciliar à noite.

“Quanto ao patrimônio declarado por Elaine Baia, observa-se que este multiplicou-se exponencialmente, elevando-se de R$ 60 mil reais em 2004 para mais de R$ 12 milhõesem 2015. Uma multiplicação de 200 vezes no período, um aumento extraordinário de 19.900% no período”, afirma o Ministério Público Federal.

A PF e a Procuradoria suspeitam que ‘Dudu’ comandava organização criminosa que teria desviado R$ 400 milhões dos cofres públicos por meio de fraudes a licitações durante sua gestão na capital paraense, entre 2005 e 2012, nas secretarias de Comunicação, Habitação e Urbanismo.

Duciomar foi senador entre 2002 e 2004 e prefeito de Belém entre 2005 e 2012. Elaine controla duas empresas que estão na mira da Forte do Castelo, a SBC (Sistema Brasileiro de Construção) e a Metrópole Construção e Serviços de Limpeza.

“Em 2004, seu patrimônio de R$ 60 mil reais era formado somente por uma residência na Rua Ana Cristina 84, Ananindeua (PA), no valor de R$ 50 mil, e um carro popular no valor de R$ 10 mil”, relatou a Procuradoria da República.

“Atualmente, Elaine Baia Pereira é, junto com sua irmã, Ilza a sócia das empresas SBC e Metrópole, que possuem ativos da ordem de R$ 110 milhões de reais a grande maioria em disponibilidades de liquidez imediata. Além disso, Elaine possui um patrimônio pessoal declarado de mais de R$ 12 milhões, conforme se observa em sua Declaração de Imposto de Renda referente ao ano de 2015.”

O prejuízo já identificado pela Operação Forte do Castelo inclui recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), convênios celebrados com o Ministério do Esporte e repasses do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do Fundo Nacional de Saúde (FNS).

O Ministério Público Federal identificou que a empresa SBC (Sistema Brasileiro de Construção) firmou contratos com a Prefeitura da capital paraense no montante total de R$ 288 milhões, entre 2009 e 2011. Já a Metrópole Construção e Serviços de Limpeza firmou contratos com o Executivo de Belém sem ter empregados registrados. (AE)

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