Propinoduto uruguaio

Mujica será investigado por suposto esquema com Lula no Uruguai

Lula é suspeito de ser elo de esquema da OAS com Gas Sayago

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Mujica e Lula (Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr)Enquanto resiste ao cerco do juiz Sérgio Moro e da Operação Lava Jato no Brasil, o ex-presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva (PT) pode ser alvo de mais uma devassa sobre suas relações políticas, desta vez, com o guerrilheiro tupamaro e ex-presidente uruguaio José Mujica. O Congresso do Uruguai decidiu na última quinta-feira (17) abrir investigação contra Mujica por suspeita de corrupção relacionada à aprovação de uma planta de extração de gás da empreiteira brasileira OAS.

O ex-presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva (PT) é suspeito de intermediar para Mujica o esquema com uma das empresas mais envolvidas na rede de corrupção investigada pela Operação Lava Jato. As informações são do líder do Instituto Liberal de São Paulo (Ilisp), Marcelo Faria.

De acordo com Faria, a investigação focará na contratação da OAS, feita em março de 2013 pela paraestatal Gas Sayago, para implantar uma planta regaseificadora no país. Lula é suspeito de intermediar a negociação para contratar a empresa brasileira – que não tinha nem a melhor proposta técnica e nem a melhor proposta financeira da licitação – e permitir o desvio de recursos.

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), na época ministro do Desenvolvimento de Dilma Rousseff, chegou a se reunir com um alto funcionário do governo uruguaio para obter o contrato para a OAS.

As obras da planta estão paradas desde fevereiro de 2015 e já geraram prejuízos de 65 milhões de dólares ao estado uruguaio. O presidente da OAS, José Pinheiro, foi condenado em 2015 a 16 anos de prisão por corrupção por subornar burocratas e políticos brasileiros a fim de obter projetos para a empresa junto à Petrobrás.

A investigação foi aberta pelo Congresso por um voto de diferença (50 a 49), após Gonzalo Mujica – que não é parente do presidente – votar contra a orientação do governo e trair a coalizão governista de esquerda, a Frente Amplio.

Em resposta à abertura da investigação, a Frente Amplio levará o deputado dissidente a um julgamento interno por sua conduta política. Mujica foi presidente do Uruguai de 2010 a 2015.

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