Guerra judicial

MPF pede afastamento de desembargador que concedeu domiciliar a Cavendish

Procuradora quer afastar Athié e até anular suas decisões

acessibilidade:

O desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) pode ficar impedido de julgar recursos ligados à Operação Saqueador, que investiga crimes de lavagem de dinheiro público e corrupção. O pedido foi protocolado nesta terça-feira, 5, pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) na Justiça Federal.

O MPF também pede para que as decisões já tomadas pelo desembargador também sejam anuladas.

O motivo do pedido de afastamento é suspeição. Segundo MPF/RJ, o advogado Técio Lins e Silva, que defende Fernando Cavendish, um dos cinco presos na operação, já defendeu Athié no passado, o que configura conflito de interesses.

A procuradora regional da República Mônica de Ré, representante do MPF nos autos, disse que há inclusive demonstração de laços de amizade entre o desembargador e o advogado que representa Cavendish.

“Sem pretender fazer juízo de mérito sobre o julgamento realizado, não há como se recusar a constatação de que as circunstâncias descritas retiram do magistrado o distanciamento e a imparcialidade necessários à apreciação desse processo, sobretudo pelo fato de Fernando Antônio Cavendish Soares constar como parte”, disse a procuradora.

Operação Saqueador

Presidente da Delta Construção, Cavendish foi alvo da Operação Saqueador, desdobramento da Lava Jato, na última quinta-feira, 30, juntamente com os empresários Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Adir Assad, Marcelo José Abud e Cláudio Dias Abreu.

Já no dia seguinte, o desembargador autorizou os réus presos a cumprir a prisão preventiva em regime domiciliar. Entretanto, devido a falta de tornozeleiras eletrônicas ocasionada pela crise financeira do estado, eles não foram liberados pela Justiça. Os cinco estão no presídio de Bangu 8, zona oeste do Rio, onde ficam os presos com diploma superior.

Reportar Erro