Compra de caças suecos

MPF abre inquérito para apurar superfaturamento

O contrato assinado ano passado custou US$ 758 milhões a mais

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O Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito civil para apurar suspeitas de irregularidades na compra de 36 caças Gripen pelo governo Dilma Rousseff. O contrato foi assinado em outubro do ano passado custou US$ 4,5 bilhões, equivalente a R$ 13,8 bilhões. O valor é US$ 758 milhões (R$ 2,3 bilhões) mais caro do que a proposta inicial apresentada pela fabricante, a sueca Saab.

Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), mudanças nos aviões fizeram com que o valor fosse reajustado, além da desvalorização da moeda em relação ao dólar desde a proposta inicial. Os caças devem ser entregues a partir de 2019. Diferente do modelo original, o avião terá apenas um display panorâmico à frente da tela de controle, no original eram três. Outra mudança é no sistema de comunicações.

O MPF deve ouvir 21 pessoas para entender o contrato, entre elas funcionários e diretores da Saab e da AEL, além de aviadores da FAB envolvidos na transação. O inquérito é conduzido pelo Núcleo de Combate à Corrupção, do MPF de Brasília.

Outras irregularidades investigadas

A concorrência entre Dassault, Boeing e Saab pelo contrato são alvo de investigação do Ministério Público por conta do envolvimento da fabricante de componentes aeronáuticos  AEL Sistemas, com sede em Israel e filial no Brasil. Curiosamente, as três empresas escolheram a AEL como fornecedora dos componentes. A Polícia Federal investiga a contratação pela AEL Sistemas no Brasil de um cunhado do ex-comandante da Aeronáutica Juniti Saito. O departamento de Inteligência da PF apura contratação de um jovem, “Gilberto”, que também teria parente de alto escalão da Aeronáutica.

Outro indicativo é o faturamento da AEL Sistemas no Brasil: R$ 300 mil em 2003. Mas em 2011 já havia saltado para R$ 54 milhões.

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