MP quer saber quem serviu larvas para desabrigados em Alagoas

Desabrigados das chuvas que alagaram parte do município alagoano de Marechal Deodoro denunciaram que estariam recebendo comida estragada e acionaram a comissão instituída pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MP/AL), que fiscalizou, nesta sexta-feira (16), possíveis fraudes a doações e recursos destinados às vítimas das chuvas no final de maio.

A suspeita de que a água recebida como doação estaria sendo mal acondicionada e perdendo qualidade não foi constatada. Mas os promotores requisitaram a abertura de inquérito policial para apurar por que havia larvas na comida servida no café da manhã e no almoço do feriado de Corpus Christi.

Na visita chefiada pelo coordenador da comissão, promotor de Justiça José Antônio Malta Marques, famílias afetadas e representantes da Prefeitura de Marechal Deodoro foram ouvidos. E os promotores concluíram que a denúncia sobre as refeições estragadas, veiculadas pela TV Gazeta (Filiada à Rede Globo) deveriam ser investigadas com mais profundidade.

“Ouvimos os representantes da gestão do município e as pessoas que estão abrigadas nas escolas. Cada um tem uma versão da história. Mas essa é uma situação que precisa ser investigada com bastante cuidado, não podemos achar que foi apenas um engano ou um descuido. Temos que saber o que aconteceu de fato. Essa investigação ficará a cargo do promotor de Justiça do Marechal Deodoro [Silvio Azevedo] que terá total apoio da comissão em sua decisão”, disse o presidente da comissão.

O promotor de Justiça de Marechal Deodoro afirmou que requisitará à Polícia Civil abertura de inquérito para investigar a denúncia. Mas considera fato consumado que algumas marmitas estavam com larvas, demonstrando que a comida estava totalmente estragada. 

“Por isso, o café da manhã e o almoço foram jogados fora ontem. Vimos isso em algumas filmagens e fotos. Para saber o que aconteceu de fato, requisitaremos a abertura de inquérito à Polícia Civil. É preciso investigar se o fato ocorreu por negligência na manipulação dos alimentos ou foi um ato criminoso. Qualquer que tenha sido o motivo, precisamos encontrar o responsável”, enfatizou Sílvio Azevedo.

Através de nota, a Prefeitura de Marechal Deodoro informou que vai apurar e punir os responsáveis pelo armazenamento das doações. (Com informações do MP de Alagoas)