CPI do Futebol

MP investiga caixa dois eleitoral de vice da CBF em Alagoas

CPI expôs que CBF deu até R$ 600 mil a Gustavo Feijó 'por fora'

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O uso de craques da Seleção Brasileira de Futebol em uma ardilosa estratégia de campanha durante as Olimpíadas do Rio 2016 foi apenas mais um exemplo do uso indevido da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para fins eleitorais, por parte do prefeito reeleito do município alagoano de Boca da Mata, Gustavo Feijó (PMDB). O recebimento de R$ 600 mil via caixa dois pelo prefeito, em 2012, foi evidenciada em troca de e-mails e já é alvo de investigação na Procuradoria Regional Eleitoral de Alagoas.

Atento ao resultado da CPI do Futebol, o Ministério Público Eleitoral de Alagoas já se debruça sobre a prática de caixa dois por Feijó, que é vice-presidente da CBF no Nordeste e aliado do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL). A denúncia foi feita pelos senadores Romário (PSB-RJ) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), através do relatório alternativo à CPI do Futebol 2015, apresentado em novembro, mas não aprovado.

No voto em separado dos senadores na Comissão Parlamentar de Inquérito, foi solicitado o indiciamento de Feijó por crime eleitoral, considerando o seu envolvimento nos ilícitos penais listados no capítulo referente ao financiamento não declarado de campanhas eleitorais pela CBF, o caixa dois. O indiciamento não foi solicitado pelo relatório oficial da CPI, elaborado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR).

“A documentação solicitada pela Procuradoria Regional Eleitoral só recentemente foi encaminhada e ainda não chegou por meios oficiais. Houve a confirmação de que o senador Romário deferiu o envio e a documentação está a caminho. Após análise dos documentos, a PRE adotará as medidas cabíveis”, disse a assessoria de imprensa da Procuradoria Regional Eleitoral em Alagoas.

As evidências

O relatório alternativo expõe e-mails apreendidos pela Polícia Federal em 2012, na casa do vice-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, nos quais Feijó, à época presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF), trata do repasse de pelo menos R$ 600 mil prometidos para sua campanha de 2012, dos quais faltariam ser pagos R$ 250 mil. Nenhum centavo declarado na contabilidade oficial da campanha.

Ao solicitar os repasses, Feijó explicava que havia um acordo firmado com o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, para o repasse de 30% do orçamento de sua campanha. Apesar de ter registrado oficialmente somente a receita de R$ 130 mil, nas contas de Feijó, sua campanha gastaria mais de R$ 2 milhões em 2012. Desse montante, R$ 900 mil seriam pagos somente a "vereadores".

Além de Marco Polo Del Nero, então vice-presidente da CBF, os e-mails de Dantas pedindo pelo financiamento ilegal da campanha envolvem Ricardo Teixeira e Antonio Osório Lopes Ribeiro da Costa, também chamado de Zozó por Gustavo Feijó

 

Leia os e-mails trocados:

O Diário do Poder tentou contato com Gustavo Feijó e lhe enviou mensagens, não respondidas. E não conseguiu contato com os demais envolvidos na torca de e-mails.

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