US$ 1 milhão em propina

MP da Colômbia acusa Juan Manuel Santos de receber doação da Odebrecht

Oposição pede renúncia do presidente caso denúncia se confirme

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O Ministério Público da Colômbia acusou o presidente do País, Juan Manuel Santos, de ter usado US$ 1 milhão de propina da Odebrecht na campanha que o levou à reeleição, em 2014.

O ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2016 pelas negociações de paz com as Farc é mais um acusado de envolvimento no escândalo da companhia brasileira, que afetou políticos em diversos países latino-americanos e influenciou na queda da ex-presidente Dilma Rousseff.

Após a acusação, diversos membros da oposição da Colômbia pediram a renúncia do presidente caso se confirme as informações.

Segundo o procurador-geral Néstor Martínez, o dinheiro teria sido recebido pelo ex-senador Otto Bula, preso em 14 de janeiro, sob a acusação de ser o lobista da construtora para a concessão de financiamentos e obras públicas.

O US$ 1 milhão fariam parte da comissão de US$ 4,6 milhões que ele recebeu pelos trabalhos para ganhar a licitação de uma estrada. Desse valor, foi descontado 10% que teriam sido entregues a integrantes da campanha.

O chefe de campanha do atual presidente, Roberto Prieto, negou que tenha recebido dinheiro da Odebrecht. Segundo ele, a ordem foi não receber nenhuma doação de pessoa física ou jurídica para o financiamento.

Em delação no Brasil, a Odebrecht reconheceu que cometeu a prática de suborno em diversos países latinos e que pagou cerca de US$ 11 milhões em propinas na Colômbia entre 2009 e 2014. Além de Bula, o ex-vice-ministro de Transporte Gabriel Morales, que atuava no governo de Álvaro Uribe, foi preso por receber propina.

O ex-presidente colombiano Andrés Pastrana, aberto opositor do governo Santos, usou sua conta no Twitter para pedir a renúncia do mandatário. "Presidente Juan Manuel Santos: se comprovarem os pagamentos da Odebrecht para sua campanha, deve começar a considerar a possibilidade de renunciar", escreveu.

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