Lava Jato

Moro vê 'modus operandi' de ocultação de bens de Lula em nome de laranjas

Juiz aceitou denúncia contra o ex-presidente e sua esposa

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O juiz federal Sérgio Moro afirmou nesta terça-feira, 20, em despacho que tornou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva réu na Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro, que há um ‘modus operandi consistente’ de ocultação de bens do petista em nome de laranjas. Além de Lula, sua mulher Marisa Letícia, o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e outros quatro investigados se tornaram réus.

A força-tarefa da Lava Jato atribui a Lula a propriedade do triplex 164-A, no Guarujá, e do sítio Santa Bárbara, em Atibaia. A d

efesa do petista nega. Os investigadores suspeitam que os dois imóveis estejam em nome de laranjas.

“Visualiza-se, pela prova indiciária, um modus operandi consistente na colocação pelo ex-presidente de propriedades em nome de pessoas interpostas para ocultação de patrimônio, o que ocorreria não só com o apartamento 164ª do Edifício Solaris, no Guarujá, mas também com Sítio em Atibaia, de matrículas 19.720 e 55.422 do mesmo local, ambos destinados ou por ele utilizados”, registrou Moro.

O magistrado citou em sua decisão o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, que revelou à Lava Jato ter participado de obras de melhoria no sítio.

“Tal afirmação não resulta, aparentemente, de conspiração de inimigos do ex-presidente, pois, ilustrativamente, até mesmo José Carlos Costa Marques Bumlai, com o qual, em princípio, manteria boas relações, declarou, em depoimento, que o Sítio em Atibaia seria utilizado pelo ex-presidente e que ali realizou reformas consideráveis a pedido de sua esposa (Marisa) e em decorrência da amizade”, anotou Sérgio Moro.

Esta é a segunda vez que Lula se torna réu na Lava Jato. Na Justiça Federal, em Brasília, o petista é acusado de obstrução de Justiça. (AE)

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